Repensar a rede externa é um dos objetivos da carta de missão da AICEP
O aprofundamento dos mecanismos de atração e retenção de investimento, nomeadamente o produtivo, e repensar a rede externa segundo critérios objetivos são dois dos objetivos definidos para a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
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Economia AICEP
Na carta de missão atribuída ao novo Conselho de Administração da AICEP, liderada por Filipe Santos Costa, é referido que "o Governo tem assumido como prioridade estratégica central, em matéria de política externa, o reforço da diplomacia económica, enquanto contributo essencial para o crescimento económico do país através do fomento do comércio com o exterior, apoiando a internacionalização" das empresas portuguesas e a captação de investimento direto estrangeiro e quadros qualificados.
Isto "além de promover Portugal como um destino turístico e cultural, valorizando a língua portuguesa como instrumento de internacionalização", refere a carta de missão da agência.
A aplicação da estratégia "implica a existência de um modelo institucional de apoio à internacionalização da economia portuguesa, no sentido de obter uma mais eficiente coordenação da ação externa na defesa dos interesses portugueses, favorecendo a unidade de ação e articulação das suas vertentes política, económica, cultural e de cooperação".
Ora, nesse sentido, justifica-se a "adaptação dos objetivos da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal" à luz do "novo enquadramento geoestratégico mundial, tendo por base a necessidade de revisão do Programa Internacionalizar 2030 e do seu modelo de governação", refere o documento.
Assim, foram determinadas 10 orientações fundamentais para o trabalho da AICEP, entre os quais "aprofundar os mecanismos de atração e retenção de investimento para Portugal, criando as condições de contexto e financeiras necessárias ao acolhimento de investimento produtivo", sendo que "a rede diplomática nacional deve ser envolvida na atração de IDE [investimento direto estrangeiro] para Portugal".
Outro dos objetivos é o de "reorganizar a forma como a AICEP interage com as PME exportadoras, consolidando o modelo das fileiras, que permitirá estabelecer mecanismos de colaboração entre empresas cuja oferta seja complementar e possam ser apoiadas de forma integrada, definindo os principais mercados e os novos mercados nos quais se pretende apostar".
Está também previsto "dinamizar a dimensão regional e local do IDE e da Internacionalização em estreita articulação com as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), as Comunidades Intermunicipais (CIM), as Agências de Desenvolvimento Regionais e as Câmaras Municipais, criando as melhores condições para que o investimento estruturante se instale no interior do país e identificando e apoiando os bons projetos das empresas locais, nomeadamente das PME".
As orientações incluem o estabelecer "diferentes níveis de serviço tendo em conta o grau de maturidade e a experiência de internacionalização das empresas, através de indicadores que valorizem a melhoria da sua competitividade, integrando as questões ambientas, sociais e de boa governação na atividade das empresas exportadoras" e o "repensar a rede externa da AICEP de acordo com critérios objetivos e de eficiência, privilegiando os mercados de maior potencial de crescimento, através da elaboração de métricas quantificáveis para cada ponto de rede".
Os restantes cinco objetivos passam pelo reforço da contribuição da AICEP para a missão do Ministério dos Negócios Estrangeiros, "nomeadamente na reflexão e formulação da política externa portuguesa nas áreas económica e comercial"; o "aprofundar o relacionamento entre a AICEP e as confederações e associações empresariais, câmaras de comércio portuguesas no estrangeiro e as câmaras de comércio estrangeiras em Portugal, identificando áreas de cooperação e de complementaridade de serviços prestados às empresas portuguesas"; bem como "assumir a atração de talento qualificado, em colaboração com as universidades e demais entidades do sistema científico e tecnológico", sendo um pilar central da política de investimento e internacionalidade e para o reforço da competitividade.
Os outros dois objetivos são o de implementar a "integração de uma 'Estratégia Environment, Social e Governance' (ESG) para as questões ambientais e sociais na atividade económica das PME exportadoras, nomeadamente as exigências de 'compliance' ESG para acesso a financiamento, integração nas cadeias de valor globais e na relação com os consumidores"; e contribuir para "a valorização dos nossos empresários da diáspora e da língua portuguesa enquanto ativo económico e gerador de riqueza, como língua de negócios, de cultura, de ciência e conhecimento e de impacto social, em parceria com a Rede de Apoio ao Investidor da Diáspora e do Instituto Camões", conclui.
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