Mais de 400 mil aves mortas por crime organizado em Chipre
Redes utilizam acessórios e altifalantes para atrair os animais e depois capturá-los. São vendidos no mercado negro a restaurantes.
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Mundo Chipre
Mais de 400 mil aves canoras foram capturadas e mortas em Chipre no último outono, no âmbito de um crescimento do número de crimes ligados à natureza. Os dados são partilhados num relatório da associação BirdLife Cyprus, citado pelo jornal britânico The Guardian.
Redes de crime organizado utilizam acessórios e altifalantes para emitir sons que atraem os pequenos pássaros - entre eles pardais - para arbustos e outros locais específicos. Uma vez lá, com recurso a redes, ou colocando cola nos ramos das árvores, os animais são capturados.
De seguida, os criminosos vendem-nos no mercado negro a restaurantes, que os confecionam num prato local chamado 'ambelopoulia', que consiste em pássaros canoros em conserva ou cozidos.
Ao todo, diz o relatório, 435 mil pássaros foram mortos desta forma só no outono de 2023. O número tem descido ao longo da última década, mas os valores de 2023 significaram um aumento relativamente a 2022, quando se registaram menos 90 mil mortes.
Martin Hellicar, diretor da BirdLife Cyprus, disse: "Apesar do progresso muito bom alcançado nos últimos anos, este outono foi um lembrete de que isto pode ser rapidamente revertido se os recursos de fiscalização não forem mantidos".
A captura de aves canoras para consumo humano foi proibida em Chipre em 1974, mas continua a ser realizada à escala industrial. Há 20 anos, mais de 2 milhões de pássaros eram capturados desta forma todos os anos. Ao longo da década de 1990, foram mortos mais de 10 milhões de aves canoras.
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