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Ativistas ambientais bloqueiam central elétrica a carvão na Alemanha

Um grupo de ativistas ambientais do coletivo alemão conhecido como Ende Gelände bloqueou hoje o acesso a uma central termoelétrica a carvão em Scholven, na zona oeste da Alemanha, para exigir o abandono imediato desta fonte de energia.

Notícias ao Minuto

10:22 - 06/04/24 por Lusa

Mundo Clima

De acordo com um comunicado do coletivo, cerca de 100 ativistas estão envolvidos na ação contra a central explorada pela empresa de energia Uniper, para protestar contra o impacto do consumo de carvão no ambiente e nas comunidades indígenas.

A polícia está no local, mas ainda não interveio.

Segundo um porta-voz do Ende Gelände, Jule Fink, a central de Scholven emite cerca de 20.000 toneladas de dióxido de carbono por dia, contribuindo assim de forma "significativa" para o aquecimento global que, por sua vez, está a tornar inabitáveis muitas regiões do mundo.

O grupo destaca, em particular, o impacto da extração de carvão nas comunidades indígenas, como os Wayú e os Yupka, na Colômbia, e sublinhou que neste país latino-americano 60.000 pessoas foram deslocadas por este motivo e 2.600 foram mortas.

"Há décadas que lutamos contra as empresas multinacionais que vêm com promessas de desenvolvimento e nos deixam apenas desigualdade, injustiça, deslocação e destruição ambiental", disse María Fernanda Becerra Muñoz, do coletivo afro-colombiano Mujeres Guerreras.

"É um carvão manchado de sangue e que traz consigo danos irreparáveis aos ecossistemas e que destruiu as estruturas sociais de muitas comunidades", acrescentou.

Em resposta à crise energética desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, o Governo alemão tomou a decisão, em 2022, de reconectar à rede 14 centrais termoelétricas a carvão que tinham passado à reserva ou que iam ser desligadas, incluindo a de Scholven.

Esta medida aumentou as importações de carvão da Colômbia, entre outros países.

A Alemanha comprometeu-se a abandonar a utilização de carvão até 2038.

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