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Diretor de prisão no Equador assassinado em dia de referendo

O diretor de uma prisão no Equador foi hoje assassinado, enquanto decorria a votação nacional no referendo convocado pelo Presidente, Daniel Noboa, para promover reformas destinadas a reforçar o combate ao crime organizado, atrair investimentos e criar emprego.

Diretor de prisão no Equador assassinado em dia de referendo
Notícias ao Minuto

23:24 - 21/04/24 por Lusa

Mundo Equador

A vítima é Cosme Parrales, diretor da prisão de El Rodeo, situada na cidade de Portoviejo, pertencente à província costeira de Manabí, confirmou num comunicado o Serviço Nacional de Atenção Integral às Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI), a agência penitenciária estatal.

De acordo com a imprensa local, Parrales, que tinha assumido há cinco dias o cargo de diretor da prisão, foi morto a tiro por alegados assassinos a soldo numa cevicheria onde se encontrava a almoçar, na localidade de Jipijapa, perto de Portoviejo.

Este é o terceiro homicídio em cinco dias de uma autoridade no Equador, depois dos registados na quarta e na sexta-feira de dois presidentes de câmara de municípios do sul do país onde há atividades de exploração mineira ilegal.

O assassínio de Parrales pôs fim ao ambiente pacífico em que até então se desenrolava a jornada de votação, sem incidentes de maior, além dos causados pelas chuvas torrenciais das últimas horas em diversas zonas do país, que impediram a abertura de pelo menos três assembleias de voto.

A gestão e a segurança das prisões estão entre as 11 perguntas da consulta popular convocada por Noboa para que os equatorianos se pronunciassem sobre as reformas previstas, a menos de um ano das novas eleições gerais, agendadas para fevereiro de 2025.

Uma das perguntas propõe que sejam as Forças Armadas a encarregar-se do controlo do acesso às prisões, epicentro da crise de violência que levou o Equador a tornar-se um dos países com maior número de homicídios da América Latina, com uma taxa de 45 por 100.000 habitantes em 2023.

Propõe também que os militares apoiem a polícia nas suas operações contra o crime organizado de forma permanente, sem necessidade de decretar estados de exceção, como o decretado por Noboa no início do ano, com o qual também declarou um "conflito armado interno" contra os grupos criminosos.

Com essa medida, vai militarizar as prisões para retirar o respetivo controlo aos grupos criminosos, que tinham conseguido nelas entrar e lá concentrar grandes arsenais de armas de fogo e explosivos, muitas vezes utilizados em massacres dentro das prisões devido a conflitos entre grupos rivais, que desde 2020 causaram o homicídio de cerca de 500 reclusos.

O referendo de Noboa visa ainda outras medidas, como permitir que as armas apreendidas a criminosos possam ser usadas para equipar as forças de segurança do Estado e autorizar a extradição de cidadãos equatorianos que sejam procurados pela justiça de outros países.

Os equatorianos pronunciam-se também sobre se concordam com a criação de um sistema de tribunais especializados em direito constitucional, o reconhecimento da arbitragem internacional em qualquer jurisdição como um método para atrair investimento estrangeiro e a autorização de contratos temporários à hora, com a ideia de incentivar a criação de empregos.

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