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Alto-Comissário da ONU considerou 2023 "devastador" para o jornalismo

O ano de 2023 foi "devastador" para o jornalismo com o homicídio de 71 jornalistas, denunciou na sexta-feira o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, lamentando a elevada impunidade dos responsáveis por estes crimes.

Alto-Comissário da ONU considerou 2023 "devastador" para o jornalismo
Notícias ao Minuto

06:42 - 04/05/24 por Lusa

Mundo Jornalismo

Numa conferência para marcar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, realizada em Genebra, na Suíça, Volker Türk lamentou a impunidade à volta dos homicídios e prisões de jornalistas e outros trabalhadores de meios de comunicação.

"Setenta e um jornalistas e profissionais da comunicação social foram mortos em 2023 e apenas 30 por cento destes homicídios foram investigados", sublinhou o Alto-Comissário.

Türk defendeu que, embora seja essencial celebrar o valor da verdade em dias específicos, como o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, também é essencial "proteger as pessoas que trabalham corajosamente para a descobrir".

"Quando perdemos um jornalista, perdemos os nossos olhos e ouvidos para o mundo exterior", disse o responsável.

O chefe da ONU para os direitos humanos também reconheceu o trabalho dos cartoonistas, que, segundo ele, "têm uma capacidade extraordinária de, através do seu trabalho, realçar o impacto dos direitos negados, mas também a promessa dos direitos concedidos".

O evento, que teve lugar no Instituto de Pós-Graduação em Estudos Internacionais e de Desenvolvimento, em Genebra, terminou com a entrega do Prémio Kofi Annan Coragem nos Cartoons 2024, atribuído anualmente pela associação suíça Freedom Cartoonists Foundation a dois cartoonistas.

Os galardoados deste ano foram a ilustradora indiana Rachita Taneja, que enfrenta seis meses de prisão por ter feito uma caricatura do Supremo Tribunal do seu país, e o cartoonista político Zunzi, de Hong Kong, amplamente conhecido pelo seu trabalho satírico pró-democracia.

A advogada iraniana e Prémio Nobel da Paz Shirin Ebadi também participou no evento, salientando a situação crítica da liberdade de expressão no seu país e instando as autoridades iranianas a pôr termo à repressão e ao "derramamento de sangue".

Por ocasião deste dia, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou o seu ranking anual, que mede a situação da liberdade de imprensa no mundo, no qual o Irão ocupa o 176.º lugar entre 180 países.

Portugal subiu duas posições, para 7.º lugar, regressando assim ao grupo de oito países com uma "situação muito boa" em termos de liberdade de imprensa, do qual tinha saído no ano passado.

O Índice Mundial da Liberdade de Imprensa, publicado anualmente pela Repórteres sem Fronteiras, avalia as condições para o jornalismo em 180 países e territórios.

Leia Também: Amnistia diz que jornalismo continua a ser "um verdadeiro ato de coragem"

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