"Cadeia de abastecimento estável"? China quer trabalhar com Países Baixos
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, disse hoje ao homólogo neerlandês que a China está "disposta a trabalhar" com o país europeu para "assegurar a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento".
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Mundo Cooperação
As relações entre os dois países foram abaladas pelas restrições impostas pelos Países Baixos às exportações de equipamento de fabrico de semicondutores, componentes essenciais na produção de alta tecnologia, para a China.
Os semicondutores e a tecnologia necessária para a sua produção são cada vez mais sensíveis, à medida que Pequim tenta desenvolver a própria indústria de alta tecnologia, o que tem implicações militares.
Wang sublinhou "o valor" que a China atribui aos seus laços com os Países Baixos, manifestando o desejo de estabelecer "contactos estreitos" com o novo governo neerlandês, segundo um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático.
Reiterou também o "apoio da China ao processo de integração europeia e ao crescimento e desenvolvimento" da União Europeia (UE), sublinhando a importância da "independência estratégica da região".
Wang condenou as recentes "acusações infundadas feitas contra a China" na cimeira da NATO, realizada esta semana em Washington.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, criticou Pequim por "apoiar a economia de guerra russa" contra a Ucrânia e avisou que "a China não pode facilitar o maior conflito na Europa na história recente sem afetar negativamente os seus interesses e reputação".
Wang defendeu o historial de paz e segurança da China, reafirmou o papel de Pequim como "força estabilizadora na comunidade internacional" e instou a aliança transatlântica a "evitar interferir nos assuntos" da Ásia.
O chefe da diplomacia neerlandesa, Caspar Veldkamp, reconheceu a "força e robustez" da atual relação entre a China e os Países Baixos, apontando a China como uma "grande potência global" e o "principal parceiro económico e comercial" dos Países Baixos na Ásia, de acordo com a nota da diplomacia chinesa.
Veldkamp sublinhou ainda a importância das relações entre UE e China, apelando a uma "cooperação construtiva" que não seja prejudicada por divergências, numa altura em que são frequentes as fricções comerciais entre o bloco europeu e Pequim.
Os Países Baixos impuseram no ano passado controlos mais rígidos sobre as exportações de tecnologia que usa luz ultravioleta para gravar circuitos nos 'chips' mais avançados.
Com sede na cidade de Veldhoven, no sul dos Países Baixos, a firma ASML é o único fornecedor global deste tipo de tecnologia.
O Governo dos Países Baixos proibiu a ASML de exportar algumas das suas máquinas para a China em 2019, mas a empresa ainda vendia sistemas de litografia de qualidade inferior ao país asiático.
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