Colômbia põe fim a cessar-fogo com fação do grupo rebelde das FARC
O Governo da Colômbia adiantou hoje que vai terminar um cessar-fogo com a maior fação das FARC-EMC, um grupo rebelde resistente que se recusou a assinar um acordo de paz de 2016.
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Mundo Colômbia
O ministro da Defesa colombiano, Iván Velásquez, destacou em conferência de imprensa que as FARC-EMC ("Estado-Maior Central-FARC") se dividiram em duas fações.
Velásquez explicou também o cessar-fogo com a fação mais pequena do grupo será prolongado por três meses, enquanto as negociações de paz com o governo continuam, noticiou a agência Associated Press (AP).
As FARC-EMC foram fundadas por combatentes que se recusaram a aderir a um acordo de paz entre o Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) que levou ao desarmamento de mais de 13.000 rebeldes e à sua integração na vida civil.
Os militares colombianos estimam que o grupo de resistência tenha mais de 4.400 combatentes que operam no sudoeste da Colômbia, no Piemonte Amazónico e na região de Catatumbo, ao longo da fronteira da Colômbia com a Venezuela.
As duas fações do grupo são lideradas pelos comandantes Iván Mordisco e Marcos Calaca. A fação Mordisco tem estado envolvida em confrontos com os militares colombianos desde março, quando o governo levantou um cessar-fogo regional depois de combatentes leais a Mordisco terem atacado uma comunidade indígena.
O Governo da Colômbia disse que irá agora lançar ofensivas militares contra os combatentes de Mordisco também noutras partes do país.
A fação liderada por Marcos Calarca continua a manter conversações com o Governo e beneficiará de um cessar-fogo de três meses que termina a 15 de outubro.
Os militares da Colômbia disseram que esta fação inclui aproximadamente 40% dos combatentes EMC.
Velásquez sublinhou aud a fação Calarca deve cessar os ataques aos líderes comunitários e aos ex-combatentes das FARC para que o cessar-fogo se mantenha.
A administração de Petro, o primeiro Presidente de esquerda da Colômbia, iniciou conversações de paz com a maioria dos restantes grupos rebeldes do país, no âmbito de uma política conhecida como paz total.
Mas embora alguns crimes tenham diminuído, como os assassinatos de líderes dos direitos humanos, outros indicadores de segurança pioraram à medida que estes grupos lutam por rotas de tráfico de droga, minas ilegais e território.
De acordo com um relatório publicado na segunda-feira pela Fundação Paz e Reconciliação, um 'think tank' que monitoriza a violência na Colômbia, os raptos aumentaram quase 50% no ano passado, enquanto o número de bloqueios ilegais de estradas e tiroteios também aumentou significativamente no primeiro semestre deste ano.
O grupo disse que os combatentes EMC das FARC estavam presentes em 157 municípios da Colômbia há um ano, mas agora operam em 209 dos 1.100 municípios do país.
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