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Independentistas da Nova Caledónia perdem presidência do Congresso

O movimento pró-independência da Nova Caledónia, território francês no Pacífico em crise, perdeu a presidência do Congresso, após a surpreendente derrota de Roch Wamytan, um político há muito no ativo, derrotado por uma candidata de um pequeno partido.

Independentistas da Nova Caledónia perdem presidência do Congresso
Notícias ao Minuto

16:22 - 29/08/24 por Lusa

Mundo Nova Caledónia

O Congresso da Nova Caledónia, composto por 54 membros eleitos por cinco anos, é a assembleia deliberativa deste arquipélago de cerca de 270.000 habitantes, situado a 17.000 quilómetros de Paris e empenhado, desde 1998, num processo de emancipação da tutela francesa.

 

Esta assembleia elege o governo da ilha e aprova "as leis do país" num vasto leque de domínios, incluindo a fiscalidade, a educação, a saúde, o ambiente e o direito do trabalho.

Roch Wamytan, 73 anos, membro pró-independência da União Caledónia (UC), tem sido reeleito para a presidência todos os anos desde 2019. Mais uma vez, este ano, ficou bem à frente na primeira volta da votação.

Mas, na segunda volta, para sua surpresa, os candidatos não independentes retiraram-se e transferiram os seus votos para a representante do partido Véu Oceânico, Veylma Falaeo, levando-a à liderança do Congresso, com 28 votos em 54.

Aos 42 anos, torna-se a primeira mulher a presidir a esta assembleia.

O seu partido foi criado em 2019 para defender os interesses dos 22.000 cidadãos naturais de Wallis e Futuna, outro território francês no Pacífico.

O partido Véu Oceânico formava há cinco anos uma "maioria oceânica" com os independentistas, mas esta desfez-se hoje.

O movimento quer "uma parceria externa programada com a França", mas está a fazer campanha por uma via intermédia que não seja "nem pró-independência nem não-independência".

O partido acusa também uma parte da fação pró-independência de fomentar um clima de insegurança ao adiar o fim das ações de protesto contra a contestada reforma eleitoral votada em Paris em maio.

Desde 13 de maio, a Nova Caledónia atravessa uma grave crise, com os protestos contra a reforma eleitoral a degenerarem em tumultos que destruíram o tecido económico do arquipélago, provocaram a morte de 11 pessoas e causaram prejuízos de pelo menos dois mil milhões de euros.

Neste contexto, o movimento pró-independência está dividido.

A Frente de Libertação Nacional Kanak e Socialista (FLNKS) vai realizar o seu congresso na sexta-feira e no sábado sem duas das suas quatro componentes, a Palika e a UPM, que decidiram na quarta-feira não participar.

Leia Também: França rejeita pedidos de libertação de ativistas da Nova Caledónia

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