Colômbia quer liderar resposta a ameaças planetárias (com biodiversidade)
Considerado um dos países com a mais rica biodiversidade do mundo, a Colômbia quer dirigir a comunidade internacional na resposta às ameaças à espécie humana, por ocasião da COP16 que organiza este outono, apesar dos desafios de segurança.
© Cristian Bayona/Long Visual Press/Universal Images Group via Getty Images
Mundo Colômbia
A 16.ª Conferência das Partes (COP, na sigla em Inglês) da ONU sobre a biodiversidade está marcada para Cali, no sudoeste do país, entre 21 de outubro e 1 de novembro.
Um dos trabalhos é medir os avanços para o objetivo ambicioso, definido na COP15 de Montreal, em dezembro de 2022, de colocar sob proteção ambiental "pelo menos 30%, até 2030", da superfície dos oceanos e das terras, sublinhou a ministro do Ambiente colombiana, Susana Muhamad, à AFP.
"Montámos uma plataforma para que a biodiversidade esteja no topo das preocupações políticas mundiais", disse durante uma conferência de imprensa, em Nova Iorque, onde participa na Assembleia Geral da ONU.
"Se tudo correr bem, a COP16 também poderá ajudar a comunidade internacional para os debates da COP29 [a 29.º COP sobre alterações climáticas], que se vai realizar em Baku [Azerbaijão], de 11 a 22 de novembro".
Mais de cem ministros e 1 chefes de Estado, como o brasileiro Lula da Silva e a mexicana Claudia Sheinbaum, devem estar em Cali.
"Enquanto país rico em biodiversidade, existe um potencial para a região. Chegou a América Latina", considerou.
Os analistas concordam que a Colômbia pode congratular-se por ter uma diversidade excecional de espécies e ecossistemas dos Antes à Amazónia: pássaros, plantas, orquídeas, borboletas, peixes de água doce e anfíbios.
Mas Muhamad aponta que também existem problemas, como a desflorestação para a plantação da coca e o tráfico de cocaína para os EUA.
Produção esta que cresceu depois do acordo de paz assinado em 2016 com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia [FARC], que transformou os guerrilheiros em agricultores ilegais.
Mas uma das principais fações da dissidência das FARC, o Estado-Maior Central [EMC], recusou o acordo de paz e ameaçou fazer "fracassar" a COP16.
Mas, em 01 de agosto, o EMC decretou uma trégua das suas "ofensivas" durante a conferência da ONU, durante a qual são esperados 12 mil participantes, entre diplomatas, expositores e visitantes de 90 países, na terceira cidade da Colômbia, que tem 2,2 milhões de habitantes, para onde deve ser destacado um importante dispositivo de segurança, com 10 mil militares e polícias, homens e mulheres.
"Apesar de podermos afirmar que temos uma voz muito forte na cena internacional, não podemos dizer que a Colômbia resolveu os seus problemas", admitiu a ministra, que começou como militante ecologista antes de abraçar uma carreira política.
Com efeito, a COP16, cujo emblema oficial é a flor vermelha Inirida, que se encontra na Amazónia colombiana, tem como lema fazer a ou estar em "paz com a Natureza".
Muhamad espera que os resultados da conferência da ONU sobre a biodiversidade possam ter um efeito positivo sobre o sudoeste da Colômbia e as suas comunidades indígenas, uma região vítima da produção e do tráfico de droga.
A COP16 entende promover a proteção da biodiversidade, a agricultura sustentável, o ecoturismo e projetos ambientais.
Muhamad também exigiu atos dos países ricos, que na COP 15 se comprometeram a fornecer aos países em desenvolvimento pelo menos 20 mil milhões de dólares por ano até 2025 e pelo menos 30 mil milhões até 2030.
Porém, o fundo criado só recebeu até agora promessas de donativos de 400 milhões de dólares, dos quais só cerca de metade foi efetivamente entregue, deplorou a ministra.
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