Violência no Haiti fez 1.223 mortos entre julho e setembro
Pelo menos 1.223 pessoas foram mortas e 522 ficaram feridas entre julho e setembro no Haiti, devido à violência entre gangues, segundo um relatório hoje divulgado pelo Gabinete Integrado da ONU no Haiti (Binuh).
© REUTERS/Ralph Tedy Erol
Mundo ONU
O relatório indica haver seis crianças de 10 anos entre as vítimas mortais neste terceiro trimestre de 2024 - o que representa um aumento de 30% em relação ao trimestre anterior - e também que mais 170 pessoas foram sequestradas para exigir resgate.
A grande maioria destes casos foi documentada na área metropolitana de Port-au-Prince, seguida de Artibonite e Grand'Anse, refere o relatório, que recorda que pelo menos 945 pessoas foram mortas e 434 ficaram feridas no trimestre abril-junho em resultado da violência descontrolada neste país caribenho pobre.
Os dados do Binuh também destacam a persistência de denúncias de execuções sumárias, nas quais estão envolvidas unidades especializadas da Polícia Nacional.
No documento, o gabinete da ONU expressa preocupação com os contínuos atos de violência sexual cometidos pelos gangues sobre mulheres e meninas.
Várias vítimas foram atacadas enquanto caminhavam na rua ou utilizavam transportes públicos.
"Algumas delas foram assassinadas depois de terem sido violadas", revelou o relatório.
O impacto da violência sobre as crianças continua a ser especialmente preocupante: durante o terceiro trimestre deste ano, pelo menos 59 crianças foram vítimas de assassínio, ferimentos, sequestros e violência sexual.
As crianças também foram vítimas de tráfico de seres humanos e de recrutamento por gangues.
Perante esta situação de insegurança e violência, o Binuh recomenda à comunidade internacional que mantenha o Haiti na sua agenda e acelere o destacamento completo da Missão Multinacional de Apoio à Segurança, nos termos das normas e padrões de direitos humanos.
Recomenda também que os Estados da região intensifiquem nos seus territórios as inspeções dos carregamentos com destino ao Haiti, incluindo em portos marítimos e aeroportos, em conformidade com as Resoluções 2653 (de 2022) e 2752 (de 2024) do Conselho de Segurança da ONU, que impõem um embargo a armas.
Além disso, insta igualmente o Governo haitiano a acelerar a aplicação efetiva do processo de verificação de antecedentes dos membros da Polícia Nacional e levar à justiça os agentes envolvidos em violações graves dos direitos humanos.
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