Casal acusado de racismo por imitar macaco em dança. Veja o vídeo
As autoridades justificaram a abertura da investigação com o facto de a dança remeter "a todo um racismo que é histórico" no país.
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Mundo Rio de Janeiro
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), um órgão público brasileiro criado para o combate aos crimes de racismo, homofobia, preconceito e intolerância, abriu uma investigação a um casal que foi filmado a imitar macacos durante uma roda de samba no Rio de Janeiro, no Brasil.
"Concluímos que houve uma discriminação racial no evento. A dança a imitar um macaco remete a todo um racismo que é histórico, uma comparação que é feita entre animais e pessoas negras, no sentido de desumanizá-las", justificou Rita Salim, responsável da DECRADI, citada pelo site brasileiro G1.
Os dois acusados são Thiago Martins Maranhão, um professor de 41 anos, e a argentina Carolina de Palma. Thiago é professor de música em São Paulo, mas estava no Rio de Janeiro a participar num fórum de educação musical e argumentou que "imitaram vários bichos, entre eles os caranguejos, pássaros, elefantes e macacos, além de uma árvore".
VÍDEO: A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou por racismo o professor Thiago Martins Maranhão, de 41 anos, e a argentina Carolina de Palma.
— Jornal O Sul (@OSul_noticias) November 20, 2024
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A justificação de Carolina foi semelhante, alegando que a dança "não tinha sentido discriminatório, tendo inclusive imitado movimentos de outros animais durante a dança, como pássaros e caranguejos".
Ainda assim, as autoridades decidiram avançar com a acusação por este tipo de atos não serem permitidos, "nem em tom de brincadeira".
"Racismo recreativo é punido pela lei, é considerado crime e não é admitido. A liberdade de expressão encontra limite no direito do outro e, no caso, feriu a dignidade da pessoa humana", afirmou a responsável da DECRADI.
O inquérito do caso foi encaminhado para o Ministério Público do Rio de Janeiro. Caso seja considerado culpado, o casal pode enfrentar uma pena de prisão entre três a cinco anos.
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