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Novo bombardeamento israelita na zona humanitária de Gaza faz 17 mortos

Pelo menos 17 palestinianos morreram hoje num novo ataque aéreo israelita à zona humanitária de Mawasi, no sul da Faixa de Gaza, onde cerca de dois milhões de habitantes se refugiam da guerra, informou a agência local Wafa.

Novo bombardeamento israelita na zona humanitária de Gaza faz 17 mortos
Notícias ao Minuto

04/12/24 18:09 ‧ Há 7 Horas por Lusa

Mundo Médio Oriente

"Há alguns momentos, um avião da ocupação [israelita] atacou vários agrupamentos de deslocados e armazéns de alimentos na zona de Mawasi, a oeste da província de Khan Younis", declarou o Crescente Vermelho palestiniano cerca das 18:35 locais (16:35 em Lisboa).

 

O exército israelita estabeleceu a "zona humanitária" para os deslocados de guerra de Gaza, que representam 90% da população, nas margens de Mawasi, Khan Younis e Deir al-Balah, no sul e no centro do enclave, embora a zona tenha sido alvo de ataques israelitas em numerosas ocasiões desde a sua criação.

Sensivelmente na mesma altura da divulgação do comunicado do Crescente Vermelho, a Defesa Civil de Gaza afirmou que o exército israelita emitiu apelos à retirada da população de zonas de Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza.

Segundo Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil palestiniana, o exército israelita utilizou altifalantes em 'drones' para ordenar a retirada de uma escola de dezenas de pessoas deslocadas que aí se tinham refugiado.

Momentos depois, prosseguiu, o exército israelita começou a disparar tiros de artilharia contra a área.

Segundo Bassal, milhares de pessoas encaminharam-se de imediato para a estrada principal de Salaheddine em direção ao sul.

Contactado pela agência noticiosa France-Presse (AFP), o exército escusou-se a fazer comentários.

"Os tiros começaram de forma intermitente à volta da escola durante a noite e ouvimos explosões intermitentes", afirmou Zudi Agha, 45 anos, que disse ter decidido fugir quando viu pessoas a sair, tendo-se refugiado em al-Saftawi, perto da cidade de Gaza.

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, a 07 de outubro de 2023, desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas a Israel no mesmo dia, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu repetidamente a vitória total sobre o Hamas.

O exército israelita regressou frequentemente a zonas onde já tinha efetuado operações, em resposta, segundo a ONU, a relatos de um recrudescimento da atividade do Hamas.

Segundo a ONU, a situação é "terrível e apocalíptica" no pequeno território palestiniano devastado por bombardeamentos e combates.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA) estima que "as condições de sobrevivência estão a diminuir para as cerca de 65.000 a 75.000 pessoas que permanecem no norte".

Também hoje, o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou na rede social X que o hospital Kamal Adwan, nos arredores das cidades de Jabalia e Beit Lahia, tinha sido "novamente atacado" durante a noite e que três funcionários do hospital tinham ficado feridos.

"Os ataques incessantes contra o hospital e o sistema de saúde em Gaza estão a privar a população de cuidados vitais. Apelamos à proteção de todos os profissionais de saúde, doentes e instalações de saúde, e a um cessar-fogo imediato", acrescentou.

Na terça-feira, o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA) informou que uma equipa médica de emergência tinha sido "enviada com êxito para o hospital Kamal Adwan" pela "primeira vez em 60 dias".

Leia Também: Ministro da Defesa israelita admite novo acordo para libertar reféns em Gaza

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