BCE não tem "poderes de investigação" em matéria de branqueamento
O supervisor bancário da zona euro recordou hoje que não tem "poderes de investigação" em matéria de branqueamento, nove dias depois de Washington ter acusado um banco da Letónia.
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Mundo Supervisor
"As violações em matéria de branqueamento podem ser sintomáticas de deficiências mais profundas do governo no seio de um banco, mas o BCE (Banco Central europeu) não dispõe de poderes de investigação para detetar tais deficiências", declarou Danièle Nouy, presidente do supervisor único (Mecanismo Único de Supervisão, SSM nas siglas em inglês) do BCE, num comunicado.
"É tarefa das autoridades nacionais da luta contra o branqueamento de dinheiro", adianta a responsável francesa.
Esta tomada de posição surge numa altura em que os limites do BCE na supervisão dos grandes bancos, tarefa que assumiu em finais de 2014, foram sublinhados nos últimos dias na imprensa, na sequência das acusações de branqueamento contra o terceiro maior banco da Letónia, ABLV, que não é referido no comunicado do SSM.
A situação financeira do ABLV Bank deteriorou-se subitamente no final da semana passada depois da rede de luta contra o crime financeiro do Tesouro norte-americano ter decidido em 13 de fevereiro designar o banco letão como um estabelecimento "de primeira importância em matéria de branqueamento de dinheiro" de acordo com a lei norte-americana.
Washington sancionou o banco ABLV, acusando-o de branqueamento de dinheiro e de envolvimento em programas de desenvolvimento de armas ilegais na Coreia do Norte.
Para pôr fim a uma hemorragia de fundos do ABLV, o BCE decidiu no domingo congelar todos os pagamentos efetuados pelo banco sobre os passivos financeiros.
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