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Governo com "menor empenhamento político" nas interligações elétricas

O ex-ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia Jorge Moreira da Silva lamentou hoje os "atrasos verificados" nas interligações elétricas, considerando que estão relacionados com "menor empenhamento político" do atual Governo.

Governo com "menor empenhamento político" nas interligações elétricas
Notícias ao Minuto

16:05 - 15/02/19 por Lusa

País Moreira da Silva

Na intervenção inicial na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, Moreira da Silva defendeu que o Governo deu prioridade à interligação com Marrocos, em vez de apostar nas interligações para acabar com o isolamento da Península Ibérica, em termos energéticos.

"Lamento que os atrasos verificados - ao qual não terá sido alheio o menor empenhamento político, traduzido na maior prioridade dada à interligação com Marrocos e à falta de reuniões políticas do grupo de alto nível Portugal, Espanha e França entre 2015 e 2018, tenham, na prática, tornado impossível atingir, como definido na Cimeira de Madrid em 2015, a concretização da meta de 10% de interligações elétricas até 2020", declarou Moreira da Silva, que assumiu a pasta da Energia no governo de Passos Coelho, entre julho de 2013 e novembro de 2015.

Aos deputados, adiantou que "a consulta dos documentos técnicos da Comissão Europeia permite constatar que o projeto do golfo da Biscaia só tem construção prevista para 2025 e os dois projetos transpirinaicos, para 2026, sendo que apenas o primeiro tem para já financiamento comunitário".

Em maio do ano passado, o Governo assinou com Marrocos uma declaração conjunta para o projeto de construção de um cabo para interconexão elétrica, com 220 quilómetros, entre os dois países.

Este projeto de investimento para a construção do cabo de interligação elétrica está avaliado entre 500 e 700 milhões de euros, que permitirá aos dois mercados exportar e importar energia, reforçando a segurança de abastecimento e melhorando a competitividade dos respetivos sistemas elétricos.

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