O ministro falava aos jornalistas no final da cerimónia de entrega dos "Green Project Awards", de distinção de projetos relacionados com a "economia verde", quando explicou que a legislação comunitária permite que projetos realizados em Portugal "possam ser reconhecidos para metas das renováveis de outros países".

"Não quero estar a citar, nesta fase ainda, nem projetos nem empresas, mas devo dizer que existe um número considerável de empresas internacionais que olham para Portugal como espaço de produção europeia de energias renováveis, para cumprimento de metas de outros países que não conseguem cumpri-las domesticamente", disse o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia.

O ministro exemplificou com "o Luxemburgo e outros países da Europa central", interessados em que projetos realizados em Portugal, sem qualquer custo para o país, possam servir para cumprimentos de metas.

"Esta é uma nova área de oportunidade para Portugal, porque não só conseguiremos cumprir as nossas metas de renováveis como poderemos ter mais projetos renováveis, designadamente na energia solar, que não envolverão custos para os cidadãos mas que permitirão criar postos de trabalho e empresas em Portugal", salientou o responsável.

Jorge Moreira da Silva garantiu que Portugal "está em linha" com os objetivos que fixou para 2020, que é de 31 por cento de energia renovável, e negou que haja da parte do Governo uma "menor ambição" em relação a energias renováveis.

Aliás, acrescentou, o Governo tem equilibrado esse compromisso com as renováveis "com a sustentabilidade no setor eletroprodutor, de forma a diminuir o défice tarifário e não onerar as famílias com um valor excessivo" de tarifas elétricas.

Até 2020, além do compromisso dos 31 por cento de renováveis há também o compromisso, acrescentou, de redução do consumo de energia em 25 por cento (a meta da União Europeia é 20 por cento), que chega aos 30 por cento no setor do Estado.

Com cortes nas "rendas excessivas" na área da energia de 3.5 milhões de euros até 2020 é possível recuperar o défice tarifário até 2020 "com tarifas junto dos consumidores de um aumento em média de 1,5 por cento ao ano mais inflação", disse.

Os "Green Project Awards" premiaram sete projetos (além de várias menções honrosas) ligados à chamada "economia verde", de vinha biológica a valorização do bagaço de azeitona, passando por poupança de água ou fraldas para crianças.

Já em sexta edição, a iniciativa recebeu até agora só em Portugal mais de mil candidaturas e reconheceu meia centena de projetos.