Costa em Malta em defesa de mudanças nos cargos e na estratégia europeia
O primeiro-ministro participa hoje, em Malta, numa cimeira dos Países do Sul da União Europeia, onde estará com alguns dos seus principais aliados políticos nos processos de nomeação para cargos europeus e da agenda estratégica até 2024.
© Lusa
País Hoje
Nesta VI Cimeira dos Países do Sul da União Europeia, em La Valletta, além de António Costa estarão presentes os chefes de Estado e de Governo da França (Emmanuel Macron), Espanha (Pedro Sánchez) Itália (Giuseppe Conte), Grécia (Alexis Tsipras), Malta (Joseph Muscat) e Chipre (Nicos Anastasiades).
A reunião, que começa a meio da tarde e se prolonga por um jantar de trabalho, tem como primeiro ponto o "seguimento das eleições para o Parlamento Europeu e da reunião informal de chefes de Estado e de Governo de 28 de maio passado".
Este é precisamente um processo em que António Costa tem estado na primeira linha, sendo um dos negociadores do grupo de seis líderes de Estados-membros que procura um consenso entre as três principais famílias políticas europeias (democrata-cristã, liberal e socialista) para a escolha dos futuros presidentes da Comissão, Conselho, Parlamento Europeu, Alto Representante para a Política Externa e Segurança e Banco Central Europeu.
Antes ainda das eleições europeias de 26 de maio passado, o primeiro-ministro traçou como objetivo político a criação de uma "frente progressista", incluindo desde liberais aos socialistas radicais, capaz de mudar a atual orientação da União Europeia, tendo em vista impulsionar a reforma da zona euro, reforçar a coesão entre os diferentes Estados-membros e o peso do pilar social e, em simultâneo, aumentar os investimentos em investigação e ciência.
António Costa considera que a atual visão "conservadora" já não consegue responder às exigências da maioria dos cidadãos europeus, razão pela qual entende que o primeiro passo deve passar por uma mudança dos principais protagonistas nas diferentes instituições europeias.
Nessa "frente progressista", o líder do executivo português inclui naturalmente o socialista espanhol Pedro Sánchez, mas conta, igualmente, com o apoio do presidente francês, Emmanuel Macron, que está na corrente liberal, e do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras - este último líder de um partido, o Syriza, que se tem vindo progressivamente a afastar da chamada extrema-esquerda europeia.
Além da questão das negociações dos lugares nas presidências da Comissão, Conselho, Parlamento Europeu, Alto Representante para a Política Externa e Segurança e Banco Central Europeu, esta cimeira vai procurar um entendimento entre os Estados-membros do sul em torno da Agenda Estratégia 2019/2024.
"Esta cimeira constituirá uma boa oportunidade para concertar posições com os países do sul sobre prioridades para a próxima agenda estratégica 2019-2024 - agenda que será adotada no Conselho Europeu, na próxima semana, em Bruxelas", disse à agência Lusa fonte oficial do executivo português.
O projeto de Agenda Estratégica em discussão tem quatro eixos: Proteção dos cidadãos e liberdades; desenvolvimento da base económica; ambiente, verde, justo e inclusivo; e promoção dos interesses e valores da Europa no mundo.
Em matéria relativa ao Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia, instrumento estratégico classificado como "decisivo" para Portugal, o executivo nacional tem considerado essencial a existência de alterações em relação à atual proposta em áreas como a política coesão e a Política Agrícola Comum (PAC).
"Portugal continua empenhado em conseguir um acordo dentro do prazo estabelecido pelo Conselho Europeu para garantir um arranque atempado do próximo Quadro. Consideramos que a qualidade do futuro Quadro Financeiro Plurianual é primordial e que este deve refletir claramente a ambição desejada para a União Europeia e um equilíbrio justo entre os diferentes interesses", salientou a mesma fonte do Governo português.
Na Cimeira de La Valletta, os chefes de Estado e de Governo dos sete países que integram este fórum vão ainda debater as prioridades da ação externa da União Europeia relevantes para a região mediterrânica, com particular destaque para a situação na Líbia.
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