Furacão Lorenzo poupou vidas mas deixou marcas profundas nos Açores
No início de outubro deste ano, o furacão Lorenzo não causou mortos nem mesmo feridos nos Açores, mas a sua passagem pelo arquipélago destruiu um porto e fez algumas dezenas de desalojados, somando prejuízos de largos milhões.
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País 2019
No total, foram 255 as ocorrências registadas pela Proteção Civil, em particular na madrugada de 02 de outubro, com 53 pessoas a terem de ser realojadas, a maior parte na ilha do Faial. Apesar dos esforços, o total retomar da normalidade vai ainda demorar.
Os prejuízos ascenderam a 330 milhões de euros, 190 milhões dos quais em resultado da destruição total do porto das Lajes das Flores, que abastece - de mercadorias e gasolina, por exemplo - não só a ilha das Flores, mas também a ilha vizinha do grupo Ocidental, o Corvo.
O Governo da República anunciou pouco depois o compromisso de assumir 85% do valor dos prejuízos, ficando o restante a cargo do executivo dos Açores e da comparticipação comunitária.
Além disso, o Governo liderado por António Costa aprovou um decreto-lei que estabeleceu medidas excecionais de contratação pública por ajuste direto a propósito dos danos provocados pela passagem do furacão.
O setor da construção nas Flores e no Corvo sente ainda hoje as dificuldades da passagem do Lorenzo: a destruição do porto nas Flores limitou sobremaneira a chegada de material tido por não prioritário à ilha - e posterior encaminhamento para o Corvo - e há empresários que anunciaram já que terão de proceder a despedimentos se a situação não melhorar em breve.
Os ministros da Economia e do Planeamento, Pedro Siza Vieira e Nelson de Souza, respetivamente, visitaram as Flores e o Faial em representação do primeiro-ministro, tendo também o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, passado pelas ilhas açorianas mais afetadas pela intempérie.
Não por acaso, o Presidente da República escolheu fazer a passagem de ano na ilha do Corvo.
O Lorenzo passou, na madrugada de 02 de outubro, a cerca de 70 quilómetros a oeste das Flores com categoria 2 na escala de Saffir-Simpson, mas dias antes de atingir os Açores o fenómeno havia atingido, embora por pouco tempo, a categoria 5, a mais elevada do indicador que mede a intensidade dos furacões.
Obstruções de vias, danos em habitações, quedas de árvores, inundações e galgamentos costeiros foram as ocorrências mais comuns. O facto de não se ter perdido vidas humanas foi destacada logo após a passagem do furacão pelo presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro.
"A segurança das pessoas foi o principal. O facto de até este momento em que estou a falar [dia 02 de manhã] não haver vítimas a registar deve-se, em primeiro lugar, à responsabilidade com que cada um dos açorianos encarou este momento de provação", disse então o governante.
No final de novembro, o Governo da República aprovou também uma transferência imediata de até 20 milhões de euros para o Orçamento da Região Autónoma dos Açores - tal montante, foi então indicado, servia o intuito de "fazer face ao restabelecimento do abastecimento marítimo de mercadorias e combustível da ilha das Flores e das infraestruturas e equipamentos essenciais à vida das populações afetadas".
Foi ainda estabelecido em Conselho de Ministros de então "um reforço dessa transferência, até 20 milhões de euros, no ano económico de 2020", não sendo detalhado de que forma, em que tranches e quando será transferido o restante montante necessário para atingir a percentagem de apoio definida por António Costa.
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