Porto suspende aumento de preço em museus até criar cartão do munícipe
A maioria do independente Rui Moreira na Câmara do Porto retirou hoje a proposta de aumento de preços no Museu da Cidade, após a oposição criticar a alteração sem a criação do cartão para acesso gratuito dos portuenses.
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País Câmaras
"Não podemos acompanhar esta proposta de atualização nos diferentes polos do museu da cidade do porto, numa altura como esta, de grave crise económica. O ano de 2021 vai ser muito difícil, não parece ser altura certa", começou por afirmar a vereadora do PS Maria João Castro na reunião do executivo.
Rui Moreira explicou que a proposta de aumento de preços nos museus da cidade tem por base a criação do cartão do munícipe que confere a gratuitidade do acesso aos residentes no Porto e a socialista defendendo que a criação do cartão deve ser feita previamente ao aumento de preços, o que levou o autarca a retirar o documento da votação.
"Aquilo que entendemos é que deve discriminar positivamente os residentes, aproximar do zero. Isto implica, ao mesmo tempo, que os outros paguem aquilo que é o valor razoável, porque essa é que deve ser a política da cidade. É isto que está aqui em jogo", indicou o independente.
"Então primeiro cria-se [o cartão] e depois atualiza-se os preços", retorquiu a socialista Maria João Castro, tendo sido acompanhada pelo também vereador socialista Manuel Pizarro que sugeriu discutir o aumento de preços aquando da criação do cartão do munícipe.
A proposta mereceu a concordância quer de Ilda Figueiredo, da CDU, quer do vereador do PSD, Álvaro Almeida.
Em face da posição da oposição, Rui Moreira decidiu acolher a sugestão do PS, tem retirado a proposta.
O Museu da Cidade (MdC) é um museu engloba 17 estações, entre elas o Casa Marta Ortigão Sampaio, a Casa Tait, a Casa do Infante e a Biblioteca Sonora, organizados em cinco eixos (material, líquido, romântico, sonoro e natureza) que se cruzam entre si numa dinâmica que visa orientar os visitantes pelas diferentes rotas construídas, assinala a maioria na proposta.
A socialista Maria João Castro referiu, que embora estejam em causa valores baixos, há casos em que o aumento é 80%.
Recorrendo à análise comparativa com Lisboa, utilizada na proposta, para justificar o aumento de preços, a vereadora salientou que, no que toca aos descontos de 50%, no Porto os desempregados vão pagar dois euros, enquanto em Lisboa é grátis.
Por comparação, o preço cobrado na capital por um bilhete único de acesso a todos os museus da cidade é de seis euros, sendo válido por dois meses, enquanto que no Porto, o custo sobe para os oito euros e só é válido durante sete dias, acrescentou.
Numa análise mais global, a socialista lamentou a falta debate em torno do projeto do Museu da Cidade.
A vereadora da CDU, Ilda Figueiredo considerou "descabido" e "fora de tempo" a decisão de aumentar o aumentar o preço dos museus da cidade, sobretudo tendo em conta a crise que o setor cultural atravessa.
A comunista defendeu ainda que a isenção do pagamento aos domingos e feriados devia ser alargada, tal como foi aprovado no parlamento, por proposta do PCP, a todos os feriados, pelo que propôs que a proposta fosse retirada.
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