Bombeiros de Estarreja pedem revisão da comparticipação para combustíveis
A Associação de Bombeiros Voluntários de Estarreja pediu hoje a revisão dos preços comparticipados para a aquisição de combustível e avisou que, "se nada for feito a breve prazo", terá de restringir os serviços não urgentes.
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País Estarreja
"Estamos a ter graves problemas financeiros por causa do aumento dos combustíveis -- o preço do pagamento de quilómetro está na mesma há 12 anos, e o preço do gasóleo quase que duplicou, se é que não duplicou, de há 12 anos para cá", contou à Lusa o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Estarreja, Marco Braga.
O responsável adiantou que, "se nada for feito a breve prazo, mais ou menos 30 dias", aquela corporação terá de "tomar algumas medidas de restrições de serviços".
"Temos três hipóteses em cima da mesa: parar o serviço de transportes não urgentes, não fazer retornos hospitalares, e estamos a ponderar participar ou não no DECIR (Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais), estamos à espera da diretiva financeira para ver os valores que vão pagar sobre os quilómetros", detalhou.
Para que não seja necessário suprir esses serviços, sugere a duplicação do valor comparticipado por quilómetro, de 0,51 euros para um euro, mas já ficaria "satisfeito" com "um aumento de 30 ou 40 cêntimos".
Aquela corporação do distrito de Aveiro está "a ter prejuízo no serviço de transporte de doentes não urgentes", uma valência que, "em tempos, dava lucro e mantinha as associações".
É por isso que pede "medidas para evitar que, daqui a dois, três ou quatro anos, algumas associações [de bombeiros] possam até fechar portas".
Marco Braga deixou, no entanto, uma garantia à população local: "os Bombeiros de Estarreja nunca e jamais deixarão de fazer aquilo que é a urgência -- e os serviços de hemodiálise, que consideramos emergência, porque são situações a que as pessoas não podem deixar de ir -- esses serviços estarão sempre assegurados, 24 sobre 24 horas, pelos Bombeiros de Estarreja, que não haja dúvidas sobre isso".
A esta reivindicação, acrescem os habituais pedidos de revisão da lei de financiamento das corporações de bombeiros, bem como de um regime semelhante ao do gasóleo verde para o setor agrícola, que tem uma redução ou isenção do imposto especial de consumo na aquisição de gasóleo.
Esta última "não é uma solicitação nova, nem uma ideia nova, porque já há muito tempo que tem sido proposta ao Governo, mas foi sempre negada", lamenta o dirigente.
O presidente dos Bombeiros de Estarreja queria "uma posição coletiva, e não individual", sobre esta matéria, e deixa o desejo de que, "no futuro, a Liga dos Bombeiros Portugueses e as federações tomem posições firmes sobre esta situação perante o Governo, porque tem outro peso".
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