Segurança Social realizou duas inspeções a lar de idosos no Montijo
Em causa está o Lar Peninsular, de onde surgem denúncias de que os idosos passam diversos dias sem tomar banho e, muitas vezes, vão dormir sem ter tido qualquer refeição prévia.
© Reprodução
País Lar de idosos
O Lar Peninsular, no Montijo, foi alvo de duas ações inspetivas, desencadeadas após uma denúncia.
A segunda decorre esta segunda-feira, revelou ao Notícias Notícias ao Minuto a Segurança Social, confirmando assim a notícia avançada pela SIC.
"Na sequência de denúncia a Segurança Social realizou uma ação inspetiva à referida Instituição no dia 6 de março. Hoje, a Segurança Social encontra-se na instituição a realizar nova fiscalização. As ações inspetivas não têm aviso prévio", pode ler-se na resposta enviada ao Notícias ao Minuto.
A nota refere ainda que, como acontece em todas as ações inspetivas, "caso sejam identificados indícios de práticas que possam configurar crime" serão de imediato participadas ao Ministério Público.
O caso deste lar foi avançada pela SIC, que revela que os idosos passam diversos dias sem tomar banho e, muitas vezes, vão dormir sem ter efetuado qualquer refeição prévia.
A falta de comida disponível para os utentes deste lar tem sido, efetivamente, uma das principais preocupações relatadas por trabalhadoras deste estabelecimento.
"Em cerca de 50 utentes, a quantidade que ia nos pratos era muito pouca. Se eu comesse dois ou três bocados de frango, se calhar ia faltar para alguém. Então, comia uma sandes, ou ia ao café, ou comia uma sopa", explicou, em declarações à SIC Notícias, uma das antigas diretoras técnicas do Lar Peninsular, que não quis ser identificada e que deixou de trabalhar nesta instituição já em 2019.
Tudo isto acontecia, segundo relatou à estação televisiva, pelo facto de o dinheiro que o proprietário do lar fornecia para garantir as refeições diárias de todos os utentes ser manifestamente insuficiente. E explicou: "Não era o suficiente em detrimento da condição física, da medicação que as pessoas tomam e não era de todo o suficiente para pessoas adultas".
A mesma fonte disse ainda acreditar que os utentes "se fossem deitar sem ter uma refeição" prévia.
Porém, as críticas desta antiga diretora técnica não se ficam por aqui. "Muitas vezes, não havia sabonete para limpar as mãos, toalhetes de mão. Às vezes, faltava papel higiénico e outras vezes faltavam manápulas", relatou.
As (reduzidas) condições de higiene em que os utentes deste lar eram mantidos e a falta de comida no estabelecimento foram, também, sublinhadas por outra funcionária, que ainda trabalha no Lar Peninsular. “Ver lá as pessoas a gritarem que tinham fome. De manhã, quando a gente entra, o mijo chega até cá acima, à cabeça", contou.
[Notícia atualizada às 14h23]
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