A Câmara Municipal de Lisboa contratou uma empresa dinamarquesa que percorreu, ao longo de três dias, mais de 300 quilómetros de ciclovias da capital, num esforço por procurar soluções aos problemas, obstáculos e dificuldades que a rede ciclável apresenta.

Ao Notícias ao Minuto, o Gabinete do Vice-Presidente da autarquia lisboeta, que assinou o contrato com a Copenhagenize a 30 de março deste ano, começou por garantir que "os trabalhos estão a decorrer". "Esta semana, a CML vai lançar uma consulta aos utilizadores sobre os problemas da rede e cocriação de soluções, através de um inquérito que será disponibilizado no site da CML", contou ainda.

O objetivo desta 'empreitada' é, revela esta fonte da autarquia, conquistar "uma rede ciclável com todas as condições de segurança" na capital, acusando a "herança de uma rede constituída por troços muito diferentes entre si, com numerosas inconsistências, contribuindo para uma utilização por vezes pouco segura e confortável, quer para os utilizadores de velocípedes, quer ainda para os restantes modos de transporte".

É, por isso, necessário avaliar e auditar tecnicamente a rede ciclável existente, "de forma a assegurar que a infraestrutura ciclável apresente as melhores condições de segurança possíveis para qualquer que seja o tipo de utilizador de bicicleta - independentemente da idade, tipo de bicicleta, ou nível de experiência", garante o gabinete de Filipe Anacoreta Correia.

Ao procedimento por consulta pública para realizar esta atividade concorreram 6 empresas, das quais responderam 5. "O critério de adjudicação foi proposta economicamente mais vantajosa, na modalidade multifator, nos termos do previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 74.º do CCP", explicou a mesma fonte, garantindo que "a proposta concorrente vencedora foi a da Copenhagenhize que obteve a pontuação global mais elevada".

O contrato consta do portal Base:, onde é possível verificar que estes três dias e mais de 300 quilómetros percorridos na capital, bem como todo o trabalho posterior de realização de um relatório analítico e com propostas de melhoramento, custaram à autarquia 68.750,00 euros, acrescendo o IVA (um total de 84.562,50 euros).

O Notícias ao Minuto procurou contactar o presidente da Câmara de Lisboa sobre o assunto, mas não obteve qualquer resposta. Carlos Moedas saudou, no entanto, a presença dos membros da Copenhagenize no Twitter. "Obrigado, Copenhagenizers, por nos ajudarem num projeto tão importante. Queremos ser melhores e ter a certeza que toda a gente está segura nas nossas ciclovias", disse.

Thank you @copenhagenizers for helping us on such important project. We want to do better and be sure that everyone is safe in our bike lanes. https://t.co/ptTu3daHSU

— Carlos Moedas (@Moedas) May 25, 2023

A própria Copenhagenize também não respondeu às questões do Notícias ao Minuto, mas publicou, no Twitter, um vídeo em que resume os três dias de trabalho em Lisboa. "Três Copenhagenizers regressam de Lisboa onde percorreram mais de 300 km em 3 dias. O objetivo? Analisar toda a rede de infraestrutura cicloviária da cidade", lê-se na mensagem.

3 Copenhagenizers return from Lisbon where they rode more than 300 km in 3 days.
The goal? Analyze the city’s entire network of cycling infrastructure. 🇵🇹 pic.twitter.com/OKjwwQUX1T

— Copenhagenize Team (@copenhagenizers) May 24, 2023

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