Encerramento de escolas "trará melhor aprendizagem"
O presidente da Câmara de Cinfães, Armando Mourisco (PS), mostrou-se hoje convencido de que as crianças das dez escolas que vão encerrar no concelho no próximo ano letivo terão melhores condições de aprendizagem nos centros escolares.
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País Cinfães
De acordo com uma lista divulgada na segunda-feira pelo Ministério da Educação, no concelho de Cinfães vão encerrar as escolas de Boassas, Bustelo, Covelas, Desamparados, Ferreiros, Gralheira, Vila Nova, Escamarão e Moimenta, mas o autarca disse estar previsto que também a de Alhões feche as portas.
"Não tenho a mínima dúvida de que a qualidade da aprendizagem será muito melhor. Acabam-se as turmas mistas, em que há alunos desde a primeira até à quarta classe na mesma sala", considerou o autarca.
Armando Mourisco apontou, no entanto, duas desvantagens: a distância que algumas das crianças terão de percorrer para chegar ao centro escolar e a sua ausência durante o dia das aldeias, "que ficam mais tristes".
"Muitas das escolas que fecham são da parte mais serrana do concelho e ainda há uma grande distância a percorrer para o complexo de Oliveira do Douro", que abrirá no próximo ano letivo, referiu, explicando que, nalguns casos, será um percurso de 25 a 30 minutos, obrigando as crianças a levantarem-se mais cedo.
As crianças poderão também ficar impedidas de ir às aulas devido à neve, "tal como acontece com os alunos da secundária que ocasionalmente ficam retidos na serra", admitiu.
O autarca garantiu que todas as crianças do primeiro ciclo terão transporte escolar, estando integradas "em circuitos especiais".
Armando Mourisco disse que futuramente poderá haver mais escolas a fechar no concelho.
"Nestes dois/três anos não me parece, porque as escolas ainda têm muitos alunos e nós não temos capacidade para mais nos complexos que existem. Mas se a taxa de natalidade continuar a não aumentar é provável que depois venham a encerrar mais algumas", considerou.
Segundo a listagem divulgada pelo ministério, o distrito de Viseu é aquele onde vão encerrar mais escolas, um total de 57, nos concelhos de Cinfães (nove), S. Pedro do Sul (oito), Tondela (sete), Viseu e Moimenta da Beira (seis), Nelas e Oliveira de Frades (quatro), Vouzela (três), Sernancelhe, Tabuaço, Mangualde e Vila Nova de Paiva (duas) e Castro Daire e Sátão (uma).
O Ministério da Educação e Ciência anunciou no sábado que vai fechar 311 escolas do 1.º ciclo do ensino básico e integrá-las em centros escolares ou outros estabelecimentos de ensino, no âmbito do processo de reorganização da rede escolar.
"O novo ano letivo terá início em infraestruturas com recursos que oferecem melhores condições para o sucesso escolar. [Os alunos] estarão integrados em turmas compostas por colegas da mesma idade, terão acesso a recursos mais variados, como bibliotecas e recintos apropriados a atividades físicas e participação em ofertas de escola mais diversificadas", referiu a tutela em comunicado.
Segundo a nota, a Secretaria de Estado do Ensino e Administração Escolar concluiu na sexta-feira mais uma fase da reorganização da rede escolar, "processo iniciado há cerca de 10 anos e continuado por este Governo desde o ano letivo de 2011/2012, com bom senso e um olhar particular relativamente às características de contexto".
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