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Unificar propinas na língua portuguesa é "marca da UTAD" em África

O reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vê a unificação do valor das propinas para todos os estudantes de países de língua portuguesa como marca da instituição para o futuro, nomeadamente em África.

Unificar propinas na língua portuguesa é "marca da UTAD" em África
Notícias ao Minuto

06:30 - 22/07/24 por Lusa

País Universidade

"A língua portuguesa é o que define, para nós, a origem de um estudante. Se um estudante é de um país de língua portuguesa ele é português, em termos da UTAD. E é este espírito de família que nós cultivamos", disse Emídio Gomes, em entrevista à Lusa, em Maputo, onde se encontra em visita de trabalho até terça-feira.

 

"Sempre nesta lógica: O que nós queremos é que os estudantes moçambicanos que vamos ajudar a formar, os técnicos que vamos ajudar a formar, façam de Moçambique um país melhor no futuro, porque essa vai ser a marca da UTAD no futuro destes países", acrescentou.

Naquela universidade, explicou o reitor, os estudantes de países de língua portuguesa vão passar a pagar o mesmo valor de propina dos estudantes nacionais a partir do ano académico de 2024-2025, a "primeira universidade em Portugal" a tomar uma decisão deste género.

"Estabelecemos que a partir deste ano todos os estudantes de países onde a língua é o português pagam a mesma propina. Um estudante de Maputo, do Porto, de Lisboa ou de Faro paga a mesma propina porque a sua origem é a língua portuguesa. Isso significou, por exemplo na licenciatura, a redução a metade do valor das propinas", apontou.

A procura da UTAD, em Vila Real, norte de Portugal, por alunos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), reconheceu o reitor, está a crescer. Atualmente, entre os mais de 9.000 estudantes que frequentam cerca de uma centena de cursos - licenciaturas, mestrados ou doutoramentos -, 1.100 são internacionais e, destes, 600 são dos PALOP, incluindo 50 de Moçambique.

A UTAD torna-se assim a primeira instituição de ensino superior em Portugal a fazer esta discriminação positiva nas propinas, medida que a instituição explica inserir-se na estratégia de internacionalização da oferta educativa e que vai ao encontro das preocupações no atual contexto socioeconómico e da própria sustentabilidade.

A universidade fixou o valor da propina anual nos 550 euros para os cursos de técnico superior profissional, 697 euros para os ciclos de estudo de licenciatura, mestrado integrado e mestrado de continuidade, nos 1.019 euros para os ciclos de mestrados e nos 1.250 euros para doutoramento.

Emídio Gomes recorda que a UTAD, com uma matriz "muito ligada" às ciências agrárias e veterinárias e a comemorar 50 anos de atividade, tem precisamente na sua génese "uma ligação muito forte de Moçambique e Angola". Foi criada com professores oriundos da então Lourenço Marques, atual Maputo, e da então Nova Lisboa, hoje o Huambo (Angola), no período colonial, que lecionavam no Instituto Veterinário de Angola e na Faculdade de Medicina Veterinária e no Instituto de Agronomia em Moçambique.

"E, portanto, a UTAD tem uma ligação, diria, na sua genética, a estes países de expressão portuguesa e daí que, sobretudo nos últimos tempos, nós temos tido um aumento de procura substancial", reconheceu o reitor.

Numa visita que desde 17 de julho já envolveu reuniões com vários ministérios e universidades moçambicanas, Emídio Gomes destaca a receção "muito positiva" em Maputo.

"A presença aqui da UTAD é quase um regresso, um 'reset' de um futuro comum que nós queremos trilhar", reconheceu, realçando tratar-se de uma relação que funciona "em dois sentidos": "Nós não olhamos para Moçambique, Angola, Cabo Verde como uma forma de receber alunos para irem para Portugal. A UTAD preenche 100% das suas vagas no concurso nacional de acesso, portanto, não temos propriamente uma necessidade de vir aqui recrutar alunos. Nós olhamos muito mais para isto a médio e longo prazo, para o futuro da nossa cooperação com África e na África de língua portuguesa, numa matriz diferente".

Leia Também: Todos os alunos de cursos para dar aulas terão bolsa no valor da propina

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