Técnicos dão nota positiva à resposta portuguesa ao Ébola
O ministro da Saúde revelou hoje que a preparação portuguesa contra o Ébola obteve uma classificação positiva de técnicos nacionais e internacionais, os quais elogiaram a qualidade da resposta e a articulação entre os profissionais e as instituições.
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País Simulação
Paulo Macedo falava aos jornalistas no final de uma conferência de imprensa sobre os dois simulacros realizados sábado, em Lisboa e no Porto, que visaram avaliar a resposta do dispositivo português a casos suspeitos de Ébola.
Em Lisboa, o caso simulado foi o de uma mulher com 28 anos, namorada de um guineense de Conacri que estivera há uma semana no funeral do pai, em Farenah.
A mulher queixava-se de febre (39,5 graus) há 24 horas, a qual não cedia aos antipiréticos, e por isso decidiu ir a uma consulta num centro de saúde dos arredores, onde está inscrita.
No centro de saúde, o caso foi acolhido e validado como suspeito através das linhas Saúde 24 e de apoio aos médicos, sendo a doente transferida, pelo INEM, para o hospital de referência, o Curry Cabral.
O outro caso simulado no Porto foi o de um homem de 36 anos que regressou da Serra Leoa num voo via Paris, e que se queixava de febre e cefaleias.
O homem ligou para a Linha Saúde 24 e, através da linha de apoio ao médico, o seu caso foi validado como suspeito à infeção por Ébola.
Neste caso, o doente foi transportado para o hospital de referência (São João, no Porto).
Também hoje, e protagonizado pela apresentadora Catarina Furtado no papel de um caso suspeito de Ébola, realizou-se outro simulacro, que terminou no Hospital Curry Cabral, onde se efetuou a conferência de imprensa.
Segundo Paulo Macedo, os técnicos do Centro Europeu de Prevenção e Controlo da Doença (ECDC) destacaram positivamente a articulação dos próprios profissionais durante o exercício, além da qualidade de resposta dos hospitais Curry Cabral e São João, bem como do INEM.
"Para esta fase, com o nosso território e a nossa realidade, temos uma boa preparação", disse.
Na conferência de imprensa, o presidente do INEM aproveitou para esclarecer que o instituto tem três ambulâncias que estão alocadas só para o transporte de doentes suspeitos de infeção pelo vírus Ébola.
As três ambulâncias estão localizadas em Lisboa, Porto e Coimbra e, apesar de desinfetadas após o transporte dos casos suspeitos, não realizam mais nenhum outro serviço, garantiu Paulo Campos.
Na conferência de imprensa, o diretor-geral da Saúde insistiu na necessidade de as pessoas com sintomas suspeitos ligarem para a Linha Saúde 24 e não se deslocarem para qualquer outro local.
Também presente no encontro com a comunicação social, o presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) disse que o diagnóstico ao vírus é atualmente realizado no espaço de quatro horas.
"Há uma técnica em estudo que reduz para duas horas, mas não me parece que seja crucial esta redução. Mas se for preciso, iremos disponibilizar", disse Fernando Almeida.
A febre hemorrágica Ébola, muito contagiosa, causou desde o início do ano até 27 de outubro pelo menos 4.922 mortos em 13.703 casos registados, na sua quase totalidade em três países: Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Trata-se de uma doença com uma letalidade entre os 25 e os 90 por cento, para a qual não existe tratamento específico, nem vacinas comercialmente disponíveis.
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