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Polícia Marítima reforça ação no Douro, onde há cada vez mais barcos

O trabalho da Polícia Marítima da Régua intensifica-se no verão, altura em que se cruzam muitas embarcações no rio e onde, às vezes, é preciso parar o tráfego para deixar abastecer os aviões que combatem incêndios.

Polícia Marítima reforça ação no Douro, onde há cada vez mais barcos
Notícias ao Minuto

07:21 - 13/09/15 por Lusa

País Tráfego

Os olhares destes agentes estão concentrados na Via Navegável do Douro (VND), que é considerada a principal porta de entrada no Património Mundial da UNESCO e por onde chegam, a cada ano, mais turistas.

A delegação da Polícia Marítima (PM) da Régua, distrito de Vila Real, possui cinco elementos e tem uma área de jurisdição de 140 quilómetros, que vai desde a barragem de Carrapatelo até Barca d'Alva.

A agência Lusa acompanhou uma patrulha pelo rio Douro, entre a albufeira da barragem de Bagaúste e o Pinhão.

A bordo de um bote semirrígido, seguem os agentes Carlos Silva, Amílcar Costa e José Armando Ôlo que começam por abordar um barco alugado a um grupo de seis holandeses que estão a passear pelo Douro.

A abordagem é feita em inglês pelo agente Carlos Silva que, ao mesmo tempo que pede os documentos do barco e do comandante, vai fazendo perguntas sobre como corre a viagem e se estão a gostar da paisagem de vinhedos em socalcos que os envolve e onde, nesta altura do ano, se vindima.

José Ôlo analisa a documentação e explica que existem vários tipos de embarcações a navegar no Douro. Para cada uma é exigida uma documentação específica, mas em comum todas, por exemplo, têm que possuir o certificado de navegabilidade.

Neste caso é também comprovado que o piloto do barco possui carta de desportista náutico.

Nos barcos marítimo-turísticos são ainda fiscalizados os meios de salvamento como coletes, boias ou sinais pirotécnicos ou se não é ultrapassada a lotação da embarcação.

Depois de confirmado que está tudo em ordem, a patrulha avança. Mais à frente estão a decorrer obras na linha de caminho-de-ferro do Douro, cujo apoio é feito através de embarcações.

Do Pinhão parte um barco rabelo com alguns turistas a bordo. Aqui a fiscalização verificou que um dos documentos necessários, a taxa de farolagem, caducou. O comandante é identificado e será autuado.

José Ôlo disse que não se trata de uma infração grave e a que coima ronda os 25 euros.

É durante os meses de verão que se intensifica o trabalho dos agentes pois, "no pico" da época, chegam a cruzar-se no Douro centenas de embarcações turísticas e de recreio no mesmo dia.

Só na delegação da Régua estão registadas 1000 embarcações de recreio, mais 3500 na Capitania do Porto do Douro. Existem ainda 100 embarcações marítimo-turísticas a operar na VND.

Em 2014, viajaram cerca de 600 mil passageiros pela VND em pequenas embarcações, cruzeiros de um dia ou barcos hotéis.

"A atividade no rio aumenta substancialmente no período de verão, naturalmente porque os utilizadores são muitos mais e também a diversidade desses utilizadores", afirmou Martins dos Santos, Comandante Regional da PM do Douro.

Mas, é também neste período que os agentes têm de redobrar a atenção com os incêndios, porque precisam de garantir a segurança para o abastecimento de água por parte dos aviões, fazendo parar o tráfego fluvial nas oito pistas usadas pelas aeronaves.

Durante o verão, o efetivo da PM no Douro é reforçado com a instalação de um posto avançado na foz do rio Sabor, onde ficam em permanência um agente e dois fuzileiros da Marinha.

A PM acompanha ainda eventos desportivos, está atenta à poluição, fiscaliza a construção nas zonas ribeirinhas, a pesca, ou o fogo-de-artifício que é lançado no rio.

No inverno, a atividade turística "decresce substancialmente", mas as preocupações voltam-se para a subida do caudal e das correntes do rio que causam, segundo Martins dos Santos, "preocupações por causa da possibilidade de ocorrência de cheias", sendo ainda preciso garantir a "segurança das estruturas e das embarcações que estão atracadas".

Para além disso, é também verificado se as boias de sinalização marítimas não foram retiradas ou levadas pelas águas.

A delegação da Polícia Marítima da Régua, que está inserida no Comando Local do Douro (Porto), abriu portas em 1989, um ano antes de a VND abrir em toda a sua extensão.

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