Hotel do Porto fechado por suspeita de legionella vai reabrir
O Hotel Boa-Vista, no Porto, encerrado há um mês e meio por suspeita de contaminação de 'legionella', deve reabrir na próxima semana, depois de registar cerca de 200 mil euros de prejuízos, disse hoje o diretor daquela unidade hoteleira.
© Reuters
País Contaminação
O Hotel da Boa-Vista, na Foz do Porto, desencadeou a 05 de setembro um tratamento da rede predial de águas por suspeita de contaminação pela bactéria da 'legionella' e mais de uma centena de hóspedes foi retirada do hotel, nessa altura, sendo recolocada noutras unidades hoteleiras.
Em entrevista telefónica à Lusa, o diretor do Boa-Vista, José Mayan, afirmou que o "hotel ainda está encerrado", mas realçou que se as últimas recolhas de água sanitária, realizadas na segunda-feira, estiverem "dentro da normalidade", a unidade reabrirá na próxima semana.
"Estamos a aguardar os resultados, mas tenho grandes esperanças de abrir para a próxima semana", declarou José Mayan, referindo que o encerramento do Boa-Vista durante este último mês e meio tenha provocado "cerca de 200 mil euros de prejuízos".
Os prejuízos no Hotel Boa-Vista justificam-se nomeadamente com as indemnizações efetivadas, cancelamentos de reservas e contratos e ao investimento de "milhares de euros num equipamento que corrige os parâmetros aceitáveis das Águas do Porto", explicou o responsável.
"Isto foi um pesadelo", comentou José Mayan, lamentando a forma como "uma entidade pública", estando a referir-se à Direção-Geral de Saúde, tenha vindo a público colocar a "boca no trombone" com o nome do hotel com suspeita de 'legionella', mas não revelando o nome dos outros edifícios no Grande Porto, onde foi detetada a bactéria em seis equipamentos de torres de arrefecimento.
Entre a última semana de julho e o início de setembro passados foram notificados 16 casos de pessoas com a 'legionella', ou Doença dos Legionários, no Grande Porto, dois dos quais foram adquiridos durante viagens ao estrangeiro.
A 'legionella' é uma bactéria que vive em ambientes aquáticos naturais, como a superfície de lagos, rios, águas termais, tanques, mas também sistemas artificiais de abastecimento e rede de distribuição de água de cidades, torres de refrigeração, instalações como duches, sistemas de ar condicionado, humidificadores ou fontes.
Em novembro de 2014, um surto de 'legionella' em Vila Franca de Xira causou 12 mortes e infetou 375 pessoas.
De acordo com o balanço feito na altura, as vítimas mortais tinham entre 43 e 89 anos e eram nove homens e três mulheres. A taxa de letalidade do surto foi de 3,2%. O surto teve início a 07 de novembro e foi controlado em duas semanas.
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