Município de Lisboa faz balanço "bastante positivo" de obras em curso
A Câmara de Lisboa faz um balanço "bastante positivo" das obras em curso na cidade, em locais como a frente ribeirinha e o Eixo Central, assegurando que já se sentem melhorias.
© Lusa
País Urbanismo
"Acho que [o balanço] é bastante positivo. As pessoas já sentem que há uma melhoria significativa na qualidade dos pavimentos, das ruas", afirmou à agência Lusa o vereador do Urbanismo.
Manuel Salgado referia-se às diferentes obras na cidade que, no seu conjunto, só deverão terminar no próximo ano. Uma das maiores, a polémica requalificação da Segunda Circular, arranca esta semana, segundo o município.
Em causa está, primeiro, a intervenção num troço de três quilómetros, entre a Avenida de Berlim e a entrada norte de Lisboa (Autoestrada 1).
Depois destes trabalhos, orçados em 750 mil euros e com um prazo máximo de 90 dias, inicia-se a segunda empreitada, avaliada em 9,5 milhões e com um prazo de oito meses, desde o nó da Buraca ao Aeroporto (10 quilómetros).
Entre os projetos mais significativos está também o chamado Eixo Central, abrangendo as avenidas Fontes Pereira de Melo e da República (Picoas e Saldanha), com o alargamento dos passeios, a criação de zonas verdes, a repavimentação das faixas de rodagem, o reordenamento do estacionamento e a criação de uma ciclovia bidirecional, no âmbito do programa "Uma praça em cada bairro".
Orçada em 7,5 milhões, a intervenção, iniciada em maio, tem uma duração estimada de nove meses.
Sobre esta empreitada, que gerou contestação pela perda de estacionamento, Manuel Salgado vincou: "As pessoas estavam aterrorizadas com as obras no Eixo Central e, na realidade, o impacto que tiveram até agora foi, julgo eu -- e pelos comentários que oiço --, bem menor do que aquilo que as pessoas temiam".
A decorrer estão também trabalhos na frente ribeirinha - Cais do Sodré, Corpo Santo, Campo das Cebolas e, mais recentemente, ruas do Arsenal e da Alfândega.
As obras no Corpo Santo e no Cais do Sodré começaram no final de novembro passado, visando a reorganização do terminal de autocarros e de elétricos, mais espaços verdes e circulação pedonal e reordenamento do estacionamento, que sai da praça do Cais do Sodré.
No Campo das Cebolas, as obras começaram em outubro, para construir um parque de estacionamento subterrâneo com 206 lugares e zonas de estadia na superfície.
Em junho, a empreitada estendeu-se à Rua da Alfândega, onde se está a intervir na via e nos passeios, tornando-os mais largos.
A estimativa é que os trabalhos na frente ribeirinha terminem no início de 2017.
"[No] Cais do Sodré está a correr muito bem, completamente dentro dos prazos. O Campo das Cebolas tem um ligeiro atraso, de duas a três semanas, em resultado da arqueologia", assinalou Salgado, referindo que "já estão identificados" os elementos arqueológicos descobertos que vão ser integrados no projeto do parque de estacionamento.
Também em junho começaram as intervenções nos largos de Santos e da Graça, de cinco milhões, no âmbito do programa "Uma praça em cada bairro", que deverão durar cinco meses.
A autarquia quer alargar os passeios, reordenar o estacionamento, instalar áreas de estadia, melhorar o coberto arbóreo e reforçar a iluminação.
A obra de Santos inclui também o reperfilamento de parte da Avenida 24 de Julho.
Na Rua de Campolide e na envolvente, pretende-se melhorar as condições de estadia (com um quiosque e um parque infantil) e de circulação pedonal.
Ainda ao abrigo do "Uma praça em cada bairro", deve arrancar em setembro a obra na Praça Marechal Humberto Delgado (Sete Rios), que custará seis milhões e será "desagregada em duas fases", para aumentar as zonas pedonais e criar um novo interface.
A primeira fase prevê um parque de estacionamento (da Empark) e a reabilitação da superfície junto ao Jardim Zoológico. Para mais tarde fica uma intervenção no coletor que por ali passa.
"Não tem a ver com a essência da intervenção de requalificação do espaço público, mas é uma obra que se tem de fazer", referiu Manuel Salgado.
Para agosto, estima-se o arranque das empreitadas nas alamedas Manuel Ricardo Espírito Santo (Benfica) e das Linhas de Torres (Lumiar).
"E depois as outras são pequenas praças, muito localizadas, que não têm propriamente impacto para além do impacto local", adiantou.
Segundo números da autarquia, decorriam em meados de junho repavimentações em 37 ruas -- como a Alameda dos Oceanos e a Avenida de Ceuta --, no âmbito do programa "Pavimentar Lisboa".
Entre junho do ano passado e junho deste ano, fizeram-se 62 repavimentações, como aconteceu nas ruas de Alcântara e Abade Faria
"Acho que o balanço é bastante positivo. O programa tem corrido a bom ritmo e vamos prossegui-lo", disse Salgado, explicando que em causa estão obras de repavimentação, mas também de reconstrução de vias e substituição dos passeios (da típica calçada por cimento branco e pedra de lioz).
Ouvido pela Lusa, o presidente da Associação dos Urbanistas Portugueses, Luís Pedro Cerqueira, considerou haver uma "grande campanha de requalificação do espaço urbano, centrada no peão e no transporte público".
Ainda assim, ressalvou, é necessário um "esforço muito grande de gestão", devido aos problemas no trânsito.
O impacto não perturba a visão otimista de Manuel Salgado, que espera ver em 2017 uma cidade com melhor qualidade de vida: "Estou certo de que as pessoas vão gostar mais de viver nesta Lisboa".
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