General Electric constituída arguida no caso de legionella
A multinacional fazia a manutenção das torres de arrefecimento da empresa Adubos de Portugal.
© GlobalImagens
País Vila Franca
A General Electric e a Adubos de Portugal foram constituídas arguidas no âmbito do processo aberto devido ao surto de legionella em Vila Franca de Xira, avança a RTP3.
Foi há quase dois anos que um surto de legionella atingiu a região de Vila Franca de Xira. Entre 12 de outubro e 4 de dezembro morreram 12 pessoas e outras 375 ficaram infetadas.
A multinacional fazia a manutenção das torres de arrefecimento da Adubos de Portugal, que estiveram na origem deste surto, o terceiro maior do mundo.
Em causa pode estar o crime de poluição atmosférica, que pode ser punida com oito anos de prisão e uma multa até 2,5 milhões de euros.
Contactada pela Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apenas disse que o inquérito se encontra "em investigação e envolve recolha e análise de prova que se tem vindo a revelar como muito complexa e exames periciais igualmente de grande complexidade, alguns deles complementares a outros já realizados mas essenciais para a descoberta da verdade".
A agência Lusa questionou a PGR sobre quantos arguidos tinha até ao momento este caso, mas não obteve resposta em tempo útil.
A Lusa contactou ainda o advogado da Adubos de Portugal, José Eduardo Martins, que apenas afirmou não ter declarações a fazer, tal como a assessoria de imprensa da empresa.
"Não confirmo nem desminto. Não tenho qualquer declaração a fazer por parte do meu cliente", afirmou o advogado. Também a General Electric foi contactada pela Lusa, mas até ao momento não respondeu.
De acordo com o balanço feito na altura, as vítimas mortais tinham entre 43 e 89 anos e eram nove são homens e três mulheres. A taxa de letalidade do surto foi de 3,2%.
O surto teve início a 7 de novembro e foi controlado em duas semanas. Na altura, o então ministro da Saúde, Paulo Macedo, realçou a resposta dos hospitais, que "trataram mais de 300 pneumonias".
Numa resposta enviada à agência Lusa em novembro do ano passado, quando fez um ano sobre o caso, fonte do Ministério Público (MP) adiantou que deram entrada 211 queixas de lesados diretos e de familiares das vítimas.
A doença do legionário, provocada pela bactéria 'legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com