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Autor de duplo homicídio julgado em Aveiro sem presença de público

O Tribunal de Aveiro começou hoje a julgar sem a presença de público o autor confesso de um duplo homicídio ocorrido há quase um ano, em Albergaria-a-Velha, durante um negócio de droga.

Autor de duplo homicídio julgado em Aveiro sem presença de público
Notícias ao Minuto

16:12 - 25/10/16 por Lusa

País Audiência

À entrada da sala de audiências, o arguido tinha à sua espera dezenas de pessoas que gritavam a palavra "assassino" e "psicopata", gerando-se alguma agitação no átrio do edifício. Esta situação levou o coletivo de juízes a impedir a entrada do público na sala de audiências, permitindo apenas o acesso aos jornalistas.

O crime ocorreu na madrugada do dia 04 de dezembro de 2015, nos anexos de uma residência em Assilhó, Albergaria-a-Velha, onde o arguido vivia, juntamente com a mãe, a irmã e um sobrinho, que se encontravam na casa principal.

Nesta primeira sessão do julgamento, o arguido admitiu ter disparado vários tiros contra dois indivíduos que se deslocaram a sua casa para comprar ouro em troca de droga, adiantando que estava "ansioso", após ter consumido uma primeira dose.

Perante o coletivo de juízes, o autor do duplo homicídio disse que suspeitou da qualidade do estupefaciente, tendo-se gerado uma discussão, após o que se levantou e puxou de uma pistola que trazia à cintura, apontando-a às vítimas.

O arguido, que disse recear que os dois indivíduos pudessem assaltar a casa e fazer mal aos seus familiares, referiu que um dos ofendidos chegou a sair dos anexos, mas voltou a entrar pouco tempo depois e começou a fazer ameaças, tendo sido nessa altura que começou a disparar.

"Depois do primeiro fogacho, sei que disparei mais vezes. Não sei quantas vezes. Tenho lembranças de clarões. Fiquei cego. Queria que aquilo acabasse", disse o arguido.

Um dos indivíduos morreu logo no pátio da residência, enquanto o outro conseguiu arrastar-se até um restaurante situado nas imediações, tendo sido perseguido pelo homicida que entrou no estabelecimento e apontou a arma aos clientes, dizendo-lhes para largarem os telemóveis e se deitarem no chão.

Depois de ter confirmado que o segundo indivíduo também estava morto, o arguido regressou a casa, pediu à irmã para chamar o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a polícia e fugiu do local a pé, em direção a Aveiro.

O homicida admitiu ainda ter consumido toda a droga que meteu no bolso, antes de ter saído de casa, acabando por ser intercetado por agentes da PSP cerca das 17:30 do mesmo dia, no interior de um café situado em Santa Joana, Aveiro.

O arguido, que se encontra em prisão preventiva, está acusado de dois crimes de homicídio qualificado agravado, sete de coação agravada e um de detenção de arma proibida.

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