"Hoje continuam a existir razões, mais do que nunca, para ser socialista"
Maria Begonha é a entrevistada de hoje do Vozes ao Minuto.
© Hugo Santos
Política Maria Begonha
Aos 29 anos, Maria Begonha está a caminho de se tornar a próxima líder da Juventude Socialista e assume desde cedo a sua posição ideológica: "o socialismo nunca foi tão necessário como agora".
Em entrevista ao Notícias ao Minuto, a candidata única à liderança da JS fala do que a despertou para a política e das propostas que aí vêm, com destaque para a propina-zero, uma medida que visa corrigir "um erro" em que o PS também teve a sua parte de responsabilidade.
Numa conversa em que não escapou a polémica em torno das informações erradas que constavam da página de candidatura, Maria Begonha fala também sobre Bolsonaro, a Geringonça e as prioridades dos jovens portugueses.
Entre o preconceito e o que viveu na JS, a jovem socialista realça que as juventudes partidárias também têm responsabilidade em mudar a imagem de "desconfiança" que tantas vezes se abate sobre a política.
Já a política propriamente dita, essa, quer-se "inconformada". "Não faz sentido fazer política de outra forma". Mesmo que às vezes 'lá em casa' (leia-se, no PS), alguns socialistas mais velhos ao longo dos anos não tenham deixado de 'torcer o nariz' ao progressismo dos mais novos.
Comecemos pelo princípio: de onde é que surgiu o interesse pela política?
Não tenho ninguém na família ligada à política mas a discussão sobre política e sociedade estava sempre presente em casa. Acho que estudar em escolas públicas, pelo quotidiano, pela realidade das desigualdades, foi a primeira chamada de atenção. Depois foi na JS, por uma questão de formação de consciência ideológica.
Porquê a JS em particular?
Para mim, a JS é a organização de Esquerda com maior legado progressista em Portugal. Eu identificava-me com propostas de luta por direitos de minorias e mais progressistas. Foi muito marcante a luta que a JS fez pelo direito à interrupção voluntária da gravidez, como foi marcante a JS defender um ensino gratuito universal. Foi por isso e por me identificar com os valores do PS, naturalmente, que estava ligado à história do 25 de Abril e à luta antifascista.
Na JS encontrei uma organização de pessoas a defender até ao limite as nossas causas geracionais. Mas acho que para lá das causas, o que me atraiu foi também o estar na linha frente a apontar injustiças e o ter uma postura inconformada. E acredito que não faz sentido fazer política de outra forma.
É verdade que o Governo teve resultados muito positivos nos últimos quatro anos, mas continuamos a ter razões fundamentais pelas quais lutar
O mote da campanha é ‘Razões de Esquerda’. Porquê?
Escolhi ‘Razões de Esquerda’ porque não é slogan, é mesmo mote político. E remete para uma ideia simples: hoje, em 2018, continuam a existir razões, mais do que nunca, para ser socialista, e razões de Esquerda pelas quais devemos lutar. É verdade que o último Governo teve resultados muito positivos nos últimos quatro anos, mas continuamos a ter razões fundamentais pelas quais lutar.
E de que razões falamos?
Na habitação, no ensino, no trabalho, pela luta dos direitos ambientais. O mote foi para remeter para a ideia de que, no século XXI, o socialismo nunca foi tão necessário como agora. E foi para remeter também para uma ideia de pluralidade, a de que todos nós temos razões diferentes para encontrar a política. E foi também para posicionar ideologicamente a JS.
Como assim?
A JS é de Esquerda, e tradicionalmente por vezes defendeu propostas com menos conforto para o PS. Às vezes defendemos causas isoladamente, mesmo quando o PS não concorda. Mas acrescentámos sempre essa pluralidade ao PS.
São razões de Esquerda também por questões de emancipação dos jovens, do começo de vida, da capacidade de atingirmos autonomia, e acedermos ao ensino, que hoje ainda não é de acesso democrático, e de podermos ter um trabalho e uma habitação dignas, que hoje ainda não são uma garantia em Portugal.
No OE2019 existe uma descida histórica [das propinas], mas precisamos de convencer o partido e as instituições do ensino superior a aprovar a propina-zeroJovens em Portugal, em 2018. Há alguma causa que seja claramente prioritária?
Várias. É difícil definir apenas uma. A JS costuma usar a expressão de emancipação para conseguir englobar um conjunto de desafios fundamentais. São razões de sempre, mas com novas agendas. Em 2019 diria que a JS tem de ganhar o debate social, e com o partido também, do acesso absolutamente democrático e gratuito em relação às qualificações. Aí o grande destaque vai para a propina-zero.
No OE2019 existe uma descida histórica [das propinas], mas o que agora precisamos é convencer o partido e as instituições do ensino superior, que também não estão convencidas, a aprovar a propina-zero. Temos também de antecipar o objetivo do PS na habitação, que é chegar ao aniversário dos 50 anos do 25 de Abril havendo habitação digna para todos. Mas nós o que queremos é ter propostas e respostas ao problema do habitação dos jovens já em 2019. São causas que queremos vencer e não tenho dúvidas de que são prioritárias para os jovens portugueses.
Uma das críticas quando se soube do novo teto máximo nas propinas era o financiamento das universidades. Como é que se explica e financia a aposta na propina-zero?
O PS tem que ter como prioridade a formação do país e desmistificar a ideia de que temos estudantes e licenciados a mais. Não temos. Nós, em cada dez jovens com 20 anos, só quatro é que estão no ensino superior. E a propina-zero é uma política revolucionária para o sistema de ensino superior que temos, porque obriga a rever a lei de financiamento das instituições. O que nós entendemos é que já todos contribuímos para o ensino superior através dos nossos impostos. A propina foi um erro que nós cometemos – e o PS também tem responsabilidades nisso – que não pode servir para financiar as instituições de ensino público.
Defendemos uma verdadeira política de bolsas e de ação social. O paradigma que temos hoje em dia é que as bolsas servem em grande parte para ajudar o estudante a pagar simplesmente a propina. Não são bolsas de estudo verdadeiras, para ajudar a viver na cidade para onde me desloco para estudar, para comprar um livro. São para a propina.
A mesma questão funciona do ponto de vista da residência de estudantes. Tem de ser uma prioridade.
Foi sem o meu conhecimento e sem o meu consentimento que os dados surgiram errados. Nunca alterei nem alteraria absolutamente nada sobre o meu percurso
Após o lançamento da campanha foram notícia as informações erradas da frequência de um mestrado, e da data de nascimento, que constavam da página de candidatura. O que é que se passou?
É verdade que existiram erros no site mas também já expliquei porque é que aconteceu e já assumimos e corrigimos esse erro. É muito fácil encontrar a minha biografia em três ou quatro sítios diferentes, seja no site de gabinete de estudos do PS, na Assembleia Municipal ou na Câmara Municipal de Lisboa. Em tudo a que me candidatei para funções profissionais, entreguei sempre a minha biografia correta, com os dados todos de uma ponta à outra, e tenho um imenso orgulho em todo o meu percurso. Aconteceu o mesmo desta vez. Foi sem o meu conhecimento e sem o meu consentimento que os dados surgiram errados. Nunca alterei nem alteraria absolutamente nada sobre o meu percurso. Nem teria essa necessidade.
Pelas redes sociais chegou a circular um valor de mais de 300 mil euros de ajustes diretos de avenças. Pelas contas do Jornal Económico esse valor cifrava-se afinal em cerca de 110 mil euros. Que funções estavam em causa?
Trabalhei na junta de freguesia de Benfica e na câmara municipal de Lisboa. Em ambos os casos tive funções de assessoria. Quer numa função, quer noutra, tive contratos de prestação de serviços. O meu vencimento era exatamente o mesmo de que todos os meus colegas assessores no meu gabinete, com a mesma formação, embora em pelouros diferentes. É algo que é conhecido na câmara. Não sei se todas as pessoas o sabem mas os assessores são contratados por recibos verdes e existe um valor aprovado que todos, nos gabinetes, dos diferentes partidos eleitos, recebem. Esses valores que surgiram não estavam corretos e já fiz questão de explicar, com enorme transparência, qual é que era o valor líquido e as funções que desempenhava.
É verdade que hoje sabemos que existe desconfiança para com os partidos e as juventudes partidárias, que têm culpa no cartórioPor um lado há a crítica de que os jovens não se interessam pela política. Por outro as juventudes partidárias são associadas a um certo carreirismo. Como é que se conjugam estes dois fenómenos?
As juventudes partidárias não são diferentes dos partidos políticos, nem os partidos são diferentes de outras organizações sociais. Acho que a ideia de falar de uma classe política carreirista já denota algum preconceito. Os partidos, e as juventudes partidárias em particular, devem procurar reunir-se dos melhores, devem conseguir integrar o contributo político dos jovens que mais se interessam por política, com uma vontade transformadora da sociedade.
É verdade que hoje sabemos que existe desconfiança para com os partidos e as juventudes partidárias, que têm culpa no cartório. Mas essas culpas devem-se sobretudo a quando as organizações não conseguem estar a representar os interesses e as causas daqueles a quem querem chegar. Eu acho que esse não é o caso da JS. Acho que aquilo por que se deve julgar uma organização é pelo património político que tem. E a JS tem esse património político de ter estado sempre do lado dos problemas dos jovens.
Mas como se contraria essa má imagem dos partidos e das juventudes partidárias?
Temos uma enorme obrigação de conseguir que os partidos e organizações sejam cada vez mais representativos de quem queremos representar. Mas não podemos estar acima da comunidade, temos de fazer parte dela. É também verdade que quando ocupamos funções políticas, como aconteceu no meu caso, em que me foi dada a oportunidade de desempenhar funções num projeto autárquico, isso também faz parte do envolvimento político normal. Agora esta ideia que se constrói de que quem está numa juventude partidária o faz sem ser por idealismo e uma vontade nobre de transformação da política, da minha experiência pessoal o que encontrei na JS não foi isso.
Nestas eleições europeias também vão estar em causa, como vimos agora no Brasil, verdadeiros valores do ponto de vista dos Direitos HumanosVem aí ano de eleições europeias e legislativas. Quais é que são os objetivos da JS para o partido?
Em primeiro lugar, que o PS e a JS nas europeias sejam as caras de uma luta por valores fundamentais e por uma Europa diferente: uma Europa virada para o pilar social europeu e que em relação às gerações mais novas consiga passar em definitivo a página da austeridade. A minha geração foi das mais afetadas, com a emigração, com o desemprego, com o abandono escolar – aspetos da crise financeira que ainda estamos nalguns casos a ultrapassar.
Por outro lado, também há uma luta fundamental, que diria que é mesmo uma guerra ideológica: é que nestas eleições europeias também vão estar em causa, como vimos agora no Brasil, verdadeiros valores do ponto de vista dos Direitos Humanos.
Temos assistido a um avanço dos populismos. Que resposta é que politicamente se pode dar?
É um sentimento antissistema… mas é um sentimento que não explica tudo. Nós olhamos para o Brasil e vemos a criminalidade, a insegurança, a descredibilização dos partidos. É difícil estarmos do outro lado do Atlântico e vermos propostas como as que Bolsonaro tinha, contra as classes mais pobres, contra as minorias, com derivas securitárias. É uma vitória da extrema-direita. É difícil para nós compreender porque é que o povo brasileiro fez esta escolha, como é difícil compreender como é que na Europa temos um avanço dos populismos, da extrema-direita e dos nacionalismos. Mas temos também de olhar para razões mais profundas.
E quais são essas razões?
Houve resultados eleitorais historicamente baixos de partidos sociais-democratas e de partidos de Esquerda na Europa e isso também se deve ao facto de terem abdicado daquela que era a sua matriz e o seu projeto ideológico. Temos de ser capazes de, novamente, mostrar a estas pessoas que estão a aderir a estes movimentos que temos respostas para o crescimento económico, para a distribuição da riqueza e para os seus problemas. E a JS tem de estar na linha da frente para combater qualquer retórica anti-UE. A nossa resposta deve ser que o cosmopolitismo, o multiculturalismo são conquistas irreversíveis e nas quais nos revemos. Queremos uma globalização da política, para lá da globalização que existe.
[Razões de Esquerda é o mote da jovem socialista]© Hugo Santos
A dita Geringonça foi a grande novidade de um Executivo que está agora a caminho do último ano de mandato. Que marca ficou?
Acho que a Geringonça foi inspiradora na União Europeia porque mostrámos que Portugal e o PS estavam em contraciclo com o que se estava a passar na Europa. Conseguimos mostrar uma alternativa de Esquerda, com um governo liderado pelo PS. Será possível replicar? Cada país tem a sua realidade, não tenho é dúvida nenhuma que esta solução de uma plataforma de convergência de Esquerda teve um impacto que saiu das nossas fronteiras.
Sou a maior entusiasta da Geringonça desde a primeira hora. Acho que foi um aprofundamento democrático histórico devolvermos ao Parlamento a centralidade da democracia. Este acordo obriga a uma discussão de pastas, de políticas, com outros partidos. Isso nem sempre acontecia e hoje estamos todos mais atentos ao que se passa no Parlamento.
Tem de ser muito claro o objetivo do PS de ter uma vitória histórica nas próximas eleições
A expectativa da JS para as próximas eleições seria um espécie de Geringonça 2.0 ou a maioria absoluta deve ser um objetivo claro?
Tem de ser muito claro o objetivo do PS de ter uma vitória histórica nas próximas eleições. Isto significa o aumento da sua representatividade eleitoral. Este tem de ser o objetivo do PS e é o da JS. Têm-me perguntado muito sobre a maioria absoluta mas acho que essa não é a questão relevante. O relevante é o PS aumentar a sua representatividade eleitoral para poder implementar o projeto no país, o que está ainda por fazer. A existirem acordos e pontes com outros partidos, para a JS isso é muito claro: têm de existir à Esquerda. Estou favorável a uma Geringonça 2.0’, a uma solução de pontes e diálogos, só não estou favorável a que existam com outros partidos.
O PSD e o CDS estão fora da 'equação'?
Em democracia temos sempre de conversar com todos os partidos, o que é natural, mas para um processo de proximidade e convergência espero que com os partidos à nossa Esquerda, quer do ponto de vista de pontes e diálogos, quer, vamos supor, do ponto de vista de uma coligação.
Essa ideia de combate à Direita, de que o PSD não tem um projeto no país no qual nos possamos rever e que queremos combater, manteve-se, independentemente de alterações na liderança E não há diferenças a ter em conta entre este PSD de Rui Rio em relação ao PSD de 2015, de Passos Coelho?
Acho que a grande diferença também é o PS que temos hoje. Este é um PS que combateu uma Direita radical, e que ao fazê-lo também cativou a Esquerda para essa luta. Isso existiu. Somos todos muito diferentes, o Bloco de Esquerda, o PCP e o PS – temos identidades bem vincadas, com projetos ideológicos muito diferentes, que não se substituem nem se confundem, mas houve uma plataforma de união para combater uma Direita radical e políticas de austeridade cega de uma troika burocrática.
Hoje, após quatro anos, podemos dizer que houve alterações no PSD, não é Passos Coelho que está à frente, é Rui Rio, mas continuamos a ter um governo que se manteve com estabilidade até ao fim, com quatro orçamentos aprovados. Essa ideia de combate à Direita, de que o PSD não tem um projeto no país no qual nos possamos rever e que queremos combater, manteve-se, independentemente de alterações na liderança.
Falava há pouco do Brasil. Como vê o atual momento político do país?
Isto foi uma vitória da extrema-direita latino-americana e é um retrocesso da democracia. É difícil estar do outro lado do Atlântico e perceber totalmente as razões desta vitória do populismo mas não tenho dúvidas de que o que está em causa neste momento no Brasil é a garantia de direitos fundamentais e de Direitos Humanos.
Tanto Assunção Cristas como Paulo Portas, do CDS, foram criticados à Esquerda por não se assumirem contra Bolsonaro. Cristas em particular foi criticada por defender que, entre Haddad e Bolsonaro, se absteria.
Acho que é uma resposta imoral porque acho que alguém que é democrata e defende um Estado de Direito sabe que é isso que pode estar ameaçado no Brasil.
Bolsonaro apresentou-se contra minorias étnicas, contra classes mais pobres, fez uma apologia direta ao militarismo. Parece-me que qualquer partido, sobretudo do arco tradicional português, como é o caso do CDS, que é obviamente um partido democrático, a resposta que deveria ter tido é de que isto extravasa questões apenas ideológicas. O melhor que podemos desejar aos brasileiros é que Bolsonaro não consiga implementar o que tem vindo a defender.
Poderei ser a terceira mulher a ser líder da JS. Ao contrário da JSD, a JS é uma organização que desde muito cedo se preocupou com a questão da paridadeA Maria Begonha poderá suceder a Margarida Marques e a Jamila Madeira como a terceira mulher à frente da JS.
Poderei ser a terceira mulher a ser líder da JS. Ao contrário da JSD, a JS é uma organização que desde muito cedo se preocupou com a questão da paridade e sobretudo com a questão da integração da participação de todos.
Não tenho dúvida nenhuma de que existe ainda um trabalho para fazer, em Portugal, nas organizações partidárias, mas sobretudo nas instituições públicas, para atingir a igualdade plena. As mulheres em Portugal ganham menos pelas mesmas horas de trabalho, estão mais sujeitas a violência de género, a fenómenos de exclusão. Sou grande apoiante das propostas do PS para caminhar para a paridade, acho que é um trabalho fundamental. Acho que ainda existem reações a haver mulheres na liderança, sobretudo pelo facto de ainda sermos poucas, nomeadamente nas organizações partidárias.
Ainda há sexismo perante mulheres em cargos de poder?
Ainda há fenómenos de sexismo na sociedade portuguesa. Nós sabemos – os dados dizem-nos – que ainda há poucas mulheres à frente de organizações, sejam públicas ou privadas. Isso ainda existe mas é uma alteração de mentalidades na qual a JS tem de participar e estar na linha da frente. As leis ajudam e ainda há trabalho para fazer a nível legislativo – para assegurar uma sociedade onde as mulheres não têm mais obstáculos para chegar à liderança do que os homens, porque isso hoje ainda existe. E depois há todo um trabalho para fazer, para lá das leis, para transformar mentalidades para lidar com realidades discriminatórias.
O que é que os socialistas mais velhos, passe o termo, podem aprender com os jovens socialistas?
O inconformismo. Que a Esquerda e o socialismo não são projetos estáticos, tem de se continuar a atualizar às realidades contemporâneas. Tradicionalmente o que tem acontecido com a JS é que a JS traz para dentro do partido causas, que depois os mais velhos, por vezes com alguma calma, por vezes mais do que gostaríamos, vão abraçando. Acho que esse é o nosso grande contributo. Estivemos entre os primeiros a falar de transformações radicais, seja o casamento de pessoas do mesmo sexo, ou na luta contra a precariedade. Fomos também dos primeiros a falar da propina-zero dentro do PS.
Pensando mais à frente, que marca gostaria deixar no final do mandato que vai agora começar.
Gostava que fosse a de ter ajudado o PS a ser um partido com vocação para ser representativo dos problemas dos jovens, que seja assumido a partir de 2019 que o PS tem um projeto vocacionado para valores que dizem respeito aos problemas mais graves dos jovens portugueses. E gostava de dizer que a JS teve um contributo fundamental para a luta contra a precariedade, o acesso à habitação, uma plena democratização do ensino em Portugal – que é um objetivo ambicioso mas acho que temos de apontar para esse horizonte - e que a JS seja uma das caras principais dos valores ambientalistas.
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