ADSE: Governo quer impor aos portugueses "igualdade na miséria"
A polémica entre a ADSE e os setores privados de saúde continua a dar que falar. António Leitão Amaro fala em falta de capacidade negocial, Fernando Rocha Andrade defende que “há sempre margem para negociação”.
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Política Leitão Amaro
O Governo, e em particular os dois últimos ministros da Saúde e o primeiro-ministro, apresentam uma certa “incapacidade negocial”.
Esta é a análise que António Leitão Amaro faz de toda a polémica com a ADSE, mas também da greve dos enfermeiros, das demissões nas administrações hospitalares e do “declínio” em que se encontra o Sistema Nacional de Saúde.
No espaço de comentário semanal na antena da SIC Notícias, o deputado do PSD referiu que a nova ministra [da Saúde] não apresenta uma postura diferente da do governante anterior e frisou que, a propósito da crise na ADSE, há uma “reflexão que os portugueses devem fazer”.
“São os funcionários públicos que, por terem este seguro, escolhem recorrer a serviços privados de saúde. Então e a resposta de um país livre e de bem-estar deve ser a resposta que a Esquerda – alguma radical e alguma dentro do PS – está a dar de acabar com essa possibilidade? Uma igualdade na miséria na recusa [aos funcionários públicos] de serviços de maior qualidade?”, questionou o social-democrata, respondendo de imediato que “não”, pois o Governo “deve ter a função de (…) procurar sempre o melhor para os cidadãos”, lembrando ainda que os 1,2 milhões de beneficiários da ADSE vão “cair num Serviço Nacional de Saúde que já está pelas costuras”.
No mesmo espaço de debate e comentário político na estação de Carnaxide, Fernando Rocha Andrade foi mais contido nas declarações, preferindo defender que “há sempre margem negocial” e que, embora seja uma entidade pública, a ADSE “representa um sistema integralmente financiado pelos seus beneficiários” pelo que tem a “incumbência de procurar as melhores condições de preço para os cuidados de saúde que são prestados”.
O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais lembrou que o “caso que desencadeou esta questão foi um mecanismo que até foi criado num governo de 2009 e ampliado por outro em 2014 que é um mecanismo de restituições, ou seja, de controlar à posteriori qual foi o preço mínimo de um certo cuidado de saúde e corrigir esse preço quando o praticado se afasta do preço mínimo”.
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