PCP exige melhoria de rendimentos, Costa fala no "percurso percorrido"
O PCP insistiu hoje na necessidade de aumentar salários e pensões, com o primeiro-ministro a apelar que não se desvalorize o percurso já feito, porque isso é dar argumentos a "quem explora o descontentamento alheio".
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Política Paula Santos
No regresso dos debates quinzenais à Assembleia da República, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, lamentou que, ao mesmo tempo que os principais grupos económicos registem "25 milhões de euros de lucros por dia", existam "trabalhadores, reformados e jovens a viver com dificuldades".
"Situação que não é obra do acaso, resulta das opções do Governo PS, acompanhado por PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal que se recusam a beliscar um euro que seja destes grupos económicos", acusou.
Na resposta, o primeiro-ministro, António Costa, começou por dizer que "o país tem feito um esforço e percurso de melhoria dos rendimentos".
"Obviamente que ninguém atingiu o ponto onde desejamos chegar. Mas a coisa mais perigosa na política é desvalorizar o percurso percorrido. Desvalorizar o percurso percorrido é dar bom argumento a quem simplesmente explora o descontentamento alheio", defendeu.
O primeiro-ministro salientou que o Salário Mínimo Nacional vai ter o maior aumento de sempre no próximo ano, passando para 820 euros, que as pensões aumentaram "acima da inflação" e consoante a lei, e que os salários médios têm vindo a subir, salientando que este ano, segundo valores registados na Segurança Social, houve um aumento de 13%.
O chefe do executivo referiu ainda que "todas as prestações sociais têm um aumento acima da taxa de inflação" e um "desagravamento fiscal para quem trabalha e para quem vive das suas pensões de 1.500 milhões no próximo ano".
"Estamos a três anos do fim da legislatura e por isso este não é o último Orçamento do Estado, e só nesta legislatura há mais caminho para continuar a fazer, e iremos continuar a caminhar", frisou o primeiro-ministro.
A líder parlamentar comunista começou a sua intervenção referindo-se ao conflito no Médio Oriente, reafirmando "o distanciamento e condenação de ações violentas que visem populações e vítimas inocentes, palestinianas ou israelitas, e expressar o pesar pelas vítimas que não param de aumentar".
Para os comunistas, "o Governo deve contribuir para uma solução política que ponha fim a um conflito que dura há 75 anos, que concretize as resoluções da ONU com a solução de dois estados", acrescentando que "a solução para a paz passa pelo fim da ocupação por Israel e pelo respeito dos diretos do povo palestiniano".
"É intolerável o incentivo e apoio a esta barbárie, é preciso ação para lhe pôr termo", disse Paula Santos, que quis responder "à mentira e calúnia" que disse ter sido apontada ao PCP, numa intervenção que chegou a ser interrompida face a protestos vindos da bancada do Chega.
Estes protestos levaram o presidente do parlamento, Augusto Santos Silva, a frisar que a Assembleia da República é "uma casa democrática" e que os trabalhos são geridos por si "e por mais ninguém".
[Notícia atualizada às 18h04]
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