A Flotilha Global Sumud, que partiu rumo a Gaza numa missão humanitária e que conta com três portugueses, entre os quais a líder do BE, Mariana Mortágua, foi alvo de um segundo "ataque" de drone, 24 horas depois de um incidente semelhante.
De acordo com a própria flotilha, desta vez, a embarcação atingida foi 'Alma', com bandeira britânica. Ontem tinha sido o 'Family Boat' (Barco da Família), que tem bandeira portuguesa e que transportava membros do Comité Diretivo da organização.
Ambos os incidentes ocorreram na Tunísia. O primeiro em Tunes, o segundo ao largo de Sidi Bou Saïd, a norte da capital tunisina. Em nenhum, terão sido registados feridos.
No Instagram, Mariana Mortágua partilhou um vídeo do momento. "Estamos no nosso barco e um drone acabou de largar um novo dispositivo incendiário no barco mesmo à nossa frente. Nós vimos o clarão e vimos o projétil a ser lançado", começou por dizer.
Já noutro vídeo, a coordenadora do Bloco assegura que "está tudo sob controlo": "Mandamos um pequeno barco para ver o que é que se passava. Para ajudar o barco, que está a fumegar. Estamos a ver daqui. Partilhem a informação. Partilhem que mais um barco foi atacado por um dispositivo. Mas está tudo sob controlo neste momento e temos barcos a ir lá para ver como está a tripulação" descreveu.
Mariana Mortágua prometeu mais "relatos" para hoje, quarta-feira, 10 de setembro, deixando um lembrete: "Enquanto barcos humanitários são atacados na Tunísia, o genocídio segue na Palestina".
Quem também reagiu nas redes sociais foi o ativista Miguel Duarte, que também faz parte da missão que partiu no dia 31 de agosto, rumo a Gaza. "Mais um ataque de drone. Desta vez no navio Alma. Tripulação conseguiu apagar o fogo. Dois dias, dois bombardeamentos. Precisamos de pressão internacional", escreveu no Instagram.
Nos stories da mesma rede social, a ex-manequim e atriz Sofia Aparício, partilhou também mostrou o que aconteceu. "Aquele barco ali acabou de ser atacado por um drone. Nós estávamos no convés, estávamos de vigia e aquele barco ali acabou de ser atacado por um drone. Já ali vai um barco de apoio nosso", apontou.
Noutro vídeo, a artista, que se descreve como "ativista de sonho" no Instagram, mostra um barco da polícia junto ao 'Alma', garantindo, tal como Mariana Mortágua, que "está tudo sob controlo".
"É o segundo dia consecutivo em que a flotilha é atacada. Estou farta de repetir isto. Nós somos civis, desarmados, que transportamos ajuda humanitária. Em que mundo é que nós vivemos? Criminosos saem impunes e civis desarmados, com ajuda humanitária são atacados", lembrou ainda.
A Flotilha Global Sumud, que pretende ser "a maior missão humanitária da história" com o território palestiniano de Gaza, saiu inicialmente de Barcelona. 'Sumud' é uma palavra árabe que significa resiliência.
As forças israelitas têm em curso uma ofensiva na Faixa de Gaza que causou mais de 64.600 mortos no território governado pelo Hamas desde 2007.
A ofensiva seguiu-se ao ataque do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
Israel, que anunciou uma operação para tomar a cidade de Gaza, no norte do enclave, tem sido acusado de genocídio e de usar da fome como arma de guerra, que nega.
A ONU declarou em agosto uma situação de fome no norte de Gaza, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente.
Leia Também: Flotilha que viaja para Gaza denuncia novo ataque incendiário com drone