Astrónomos observaram galáxias e localizaram estrelas jovens
Novas observações de galáxias próximas permitiram a astrónomos localizarem estrelas jovens e o gás que as circunda e verem como evoluem, divulgou hoje o Observatório Europeu do Sul (OES), que opera o telescópio com que foram obtidas as imagens.
© ESO
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"Conseguimos observar de forma direta o gás que leva ao nascimento das estrelas, vemos as jovens estrelas propriamente ditas e testemunhamos a sua evolução ao longo de diversas fases", refere, citado em comunicado do OES, o astrónomo Eric Emsellem, que coordenou o trabalho desenvolvido por uma equipa internacional.
As imagens, obtidas com o telescópio VLT, no Chile, "mostram diferentes componentes das galáxias em cores distintas, permitindo assim aos astrónomos localizarem estrelas jovens e o gás que as circunda, aquecido pelas próprias estrelas", acentua o comunicado.
Ao combinar as novas observações com as feitas anteriormente às mesmas galáxias com o radiotelescópio ALMA, também localizado no Chile, a equipa de Eric Emsellem espera vir a compreender como as nuvens de gás levam à formação de estrelas e qual o papel das galáxias neste processo.
Neste novo trabalho, os astrónomos socorreram-se de um dos instrumentos do telescópio VLT, o espectrógrafo MUSE, para "observar estrelas recém-nascidas e o gás quente que as rodeia, o qual é iluminado e aquecido pelas próprias estrelas".
"Há tantos mistérios que queremos desvendar. Será que as estrelas nascem mais frequentemente em regiões específicas das suas galáxias hospedeiras e, se sim, porquê? E, após o seu nascimento, será que a sua evolução influencia a formação de novas gerações de estrelas?", questiona a astrónoma Kathryn Kreckel, da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, membro da equipa.
O espectrógrafo MUSE observou 30 mil nebulosas de gás quente e recolheu cerca de 15 milhões de espetros de luz de diferentes regiões galácticas.
As observações feitas com o radiotelescópio ALMA permitiram mapear cerca de 100 mil regiões de gás frio em 90 galáxias próximas, possibilitando aos astrónomos produzirem "um atlas de maternidades estelares do Universo próximo com uma nitidez sem precedentes", realça o OES, organização astronómica da qual Portugal faz parte.
O comunicado adianta que, ao combinarem os dados obtidos por ambas observações, os astrónomos "podem examinar as regiões galácticas onde está a ocorrer formação estelar e compará-las com os locais onde se espera que este fenómeno aconteça, de modo a compreenderem melhor o que ativa, estimula ou trava o nascimento de novas estrelas".
"Esta combinação de dados permite-nos investigar as várias fases da formação estelar --- desde a formação de maternidades estelares, passando pela formação das estrelas propriamente dita, até à destruição final das maternidades por parte das estrelas recém-nascidas --- com mais detalhe do que o que seria possível com observações individuais", assinala o astrónomo Francesco Belfiore, do Observatório Astrofísico de Arcetri, em Itália.
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