Coreia do Sul anuncia fracasso da colocação de satélite em órbita
O primeiro foguetão espacial fabricado pela Coreia do Sul falhou a colocação em órbita da sua carga, um satélite simulado de 1,5 toneladas, apesar de o lançamento ter tido sucesso, disse esta quinta-feira, dia 21, o Presidente do país, Moon Jae-in.
© Lusa
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O lançamento e estabelecimento das três fases da operação "Korean Satellite Launch Vehicle II" funcionaram, assim como a separação da carga útil, mas "colocar um satélite fictício em órbita ainda é uma missão inacabada", adiantou o Presidente.
Apesar do desfecho, a Coreia do Sul tornou-se esta quinta-feira, dia 21, o décimo país do mundo com capacidade para desenvolver e lançar veículos espaciais, ao lançar o foguetão de satélites Nuri.
O veículo foi lançado do centro espacial Naro, em Goheung, no sul do país, às 17:00 locais (09:00 em Lisboa).
A agência de notícias espanhola Efe tinha avançado, citando o Instituto de Investigação Aeroespacial da Coreia (KARI), que o Nuri tinha colocado o satélite na órbita terrestre, mas o fracasso dessa parte da operação foi posteriormente anunciado pelo Presidente sul-coreano.
Durante alguns minutos, o sucesso do voo pareceu tão controlado que ressoaram gritos e aplausos no centro de controlo, enquanto os deputados da Assembleia Nacional mantiveram os trabalhos suspensos para assistir à operação.
"Embora não tenha alcançado completamento os seus objetivos, saímo-nos muito bem no nosso primeiro lançamento" de um foguetão espacial, elogiou o Presidente Moon, acrescentando que uma nova tentativa ocorrerá em maio.
"Os países que estão na vanguarda da tecnologia espacial estarão na vanguarda do futuro", acrescentou.
Cerca de 30 empresas sul-coreanas participaram no desenvolvimento do Nuri, que demorou uma década a ser desenvolvido e custou dois triliões de won (1,46 mil milhões de euros). Com seis motores de combustível líquido, pesa 200 toneladas e tem 47,2 metros de comprimento.
A Coreia do Sul é a 12.ª maior economia do mundo e um dos países mais avançados tecnologicamente, com o maior fabricante mundial de smartphones e chips Samsung Electronics.
O país ficou para trás na corrida à conquista do espaço, que a União Soviética liderou com o lançamento do primeiro satélite em 1957, seguido de perto pelos Estados Unidos.
Ásia, China, Japão e Índia desenvolveram programas espaciais avançados, e a Coreia do Norte é o mais recente participante no clube de países capazes de lançar um satélite.
Os primeiros dois lançamentos da Coreia do Sul, em 2009 e 2010, com tecnologia russa, foram um fracasso. O segundo foguetão explodiu após dois minutos de voo, com Seul e Moscovo a culparem-se mutuamente.
Em 2013, o terceiro lançamento foi um êxito.
O negócio do lançamento de satélites está cada vez mais nas mãos de empresas privadas, como a SpaceX de Elon Musk, cujos clientes incluem a agência espacial norte-americana NASA e as forças armadas sul-coreanas.
A Coreia do Sul pretende aterrar uma sonda na Lua até 2030.
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