'Futurama' regressa com histórias sobre IA e vilas de robôs
A série animada 'Futurama' regressa hoje às televisões com uma nova temporada, na qual os criadores exploram temas da atualidade, incluindo inteligência artificial (IA) e moda rápida, disse à Lusa o produtor David X. Cohen.
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"Começamos da forma certa com um par de históricas épicas que são divertidas e cheias de aventura", explicou o cocriador da série em entrevista.
"Há vários episódios sobre coisas que têm tido impacto nas notícias, como uma versão futura da [personagem] Leela em que ela tem uma amiga de Inteligência Artificial que se revela muito invejosa", descreveu.
Cohen disse que um episódio sobre o impacto ambiental da moda rápida ['fast fashion', produção de roupa de forma rápido, de baixa qualidade e baixo preço], escrito com a ajuda de uma argumentista que está por dentro do mundo da moda, acabou por tornar-se "no seu episódio favorito".
"Poder dar um toque de ficção científica a algo que não é normalmente material para isto e integrar algum comentário ambiental fez-me sentir muito satisfeito", frisou David X. Cohen.
Originalmente lançada em 1999, a série foi cancelada duas vezes e terminou em 2013, deixando uma legião de fãs com a história encerrada.
Mas a plataforma Hulu decidiu relançar a série animada em 2023 e renovou-a para mais duas temporadas de dez episódios cada, dando aos criadores liberdade para explorarem novos mundos e temas.
"No ano passado tivemos muitas questões logísticas para explicar aos fãs de longa data como estávamos a regressar após aquele momento final", disse Cohen. "Queríamos começar de novo".
Este ano, sabendo que têm mais 20 episódios pela frente, sentiram-se com maior liberdade.
"O primeiro episódio este ano é sobre a vida anterior de Bender", o robô que faz parte da tripulação com Fry, Leela e companhia. "Ele vai visitar a sua vila ancestral no México, uma vila de robôs antigos onde encontra muitos familiares. É muito divertido poder fazer isto".
Cohen, conhecido pelo trabalho em "The Simpsons", disse acreditar que a longevidade de 'Futurama' está ligada à forma como a série foi concebida no final do milénio.
"Quando começámos foi desafiante, porque estávamos a sair dos 'Simpsons'", contou. "Queríamos tornar isto diferente, mas as pessoas adoram os Simpsons. Foi uma guerra no início", admitiu, "decidir quanto disto seria sobre a vida real e quanto sobre ficção científica".
Os criadores acabaram por conceber uma fórmula em que levam a ficção científica muito a sério, mas põem comédia em cima dela, o que torna a série atrativa para várias audiências.
"Há pessoas que gostam de ficção científica e tentamos fazer histórias que são isso em estado puro", considerou. "E também tratamos os nossos personagens, quer sejam robôs, caranguejos ou ciclopes, como pessoas que têm receios, emoções e paixões".
Para o cineasta, isso permite-lhes escrever histórias com personagens que significam algo para a audiência.
"Parecem coisas contraditórias, mas o que aprendemos ao longo dos anos é que aos focar-nos naquilo que importa para os personagens, podemos fazer toda a ficção científica que queremos por trás".
Em Portugal, a nova temporada de 'Futurama', a 12ª e já com 10 episódios, estreia na plataforma Disney+.
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