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Calçada portuguesa deixa de ser problema com estes sapatos

Uma nova startup da Universidade do Porto desenvolveu um calçado de borracha, adaptado para todos os tipos de piso, fabricado em Portugal e que permite "caminhar confortavelmente em qualquer lugar".

Calçada portuguesa deixa de ser problema com estes sapatos
Notícias ao Minuto

23:12 - 18/04/16 por Lusa

Tech Porto

A ideia para a startup, apresentada durante o Pitch Day, evento organizado pelo Parque para a Ciência e a Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), surgiu a partir de um sonho de infância do criador, que desde novo queria fazer sapatilhas.

Olivier Taco, responsável pela criação e pela startup (empresa em fase de desenvolvimento) IGUANEYE, explicou à Lusa que embora o calçado deixe uma grande porção do pé a descoberto, "protege todas as partes sensíveis".

No início, "o objetivo era criar uma sandália em que o pé ficasse o mais livre possível, mas os típicos chinelos de praia, embora permitam isso, limitam os movimentos", explicou.

Para colmatar essa falha, o designer foi aprimorando os protótipos ao longo dos anos, até chegar ao modelo atual.

O impulso para a criação da 'startup' veio com a participação na Kickstarter - plataforma de crowfunding ou financiamento coletivo (obtenção de capital para iniciativas de interesse comunitário através da agregação de múltiplas fontes de financiamento) -, onde vendeu mais de 800 pares num mês.

Segundo o investigador, o nome IGUANEYE é inspirado na história dos índios da Amazónia, que utilizavam roupas impermeabilizadas, feitas de borracha, "antes mesmo de este material ter chegado para à Europa".

"Os índios mergulhavam os pés diretamente na borracha para fazer uma proteção, uma segunda pele, no que pode ser considerado as primeiras sapatilhas", acrescentou.

O calçado é feito com elastómeros sintéticos (produto à base de borracha), tem nove cores diferentes, tanto para o sapato como para as palmilhas, que o cliente pode personalizar a seu gosto.

Do material utilizado na fabricação, as palmilhas são provenientes de uma empresa da Trofa enquanto o calçado é fabricado em Vila Nova de Gaia.

A palmilha em cortiça e pele tem a propriedade de absorver a transpiração e, por baixo da mesma, existe um sistema próprio que permite a entrada de ar, fazendo com que a palmilha seque e "o pé não fica molhado no calçado".

O calçado é unissexo e está disponível nos tamanhos que vão do 34 ao 43, mas até ao fim do ano o designer pretende criar os moldes para fabricar até ao 45.

Neste momento o calçado é comercializado no Japão, nos Estados Unidos, na Áustria, na Noruega, na Tailândia, na Polónia e na República Checa.

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