Web Summit: É possível ter ambição e pensar em grande escala
Daniel Prata Almeida, um dos poucos portugueses que trabalha na empresa sueca Spotify, espera que a Web Summit coloque Lisboa no mapa das 'startups' e que demonstre a futuros empresários que é possível pensar em grande escala.
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"Acho que é bom, para por Lisboa no mapa no que toca a 'startups'[empresa de base tecnológica em início de atividade]. É bom que os jovens portugueses percebam que criar uma empresa, um Facebook, um Google, não é assim tão inatingível como muita gente pensa", disse em entrevista à agência Lusa.
Aos 31 anos, músico e formado em engenharia no Instituto Superior Técnico, Daniel Prata Almeida trabalha em sistemas informáticos no Spotify, uma das maiores empresas de serviço de escuta de música online ('streaming'), que há uma década começou por ser também uma 'startup' e hoje tem mais de 75 milhões de utilizadores em todo o mundo.
"A minha missão é fazer com que a música nunca pare de tocar. Garantir que o serviço esteja sempre disponível e que a música toque sempre", resumiu, a propósito do trabalho que o fez emigrar para a Suécia.
Daniel Prata Almeida saiu do país em 2012, praticamente acompanhando a vaga de emigração por causa da austeridade em Portugal, mas no caso dele foi uma questão de aproveitar uma oportunidade - uma entrevista - e cumprir uma ambição.
"Eu tinha um emprego. Trabalhava no Instituto Superior Técnico e tinha um bom emprego, mas sempre ambicionei algo mais e gostava de saber como é que funcionava uma empresa grande, uma 'startup'", contou.
Em Estocolmo diz trabalhar rodeado de "mentes brilhantes", numa "cultura fora de série", que sabe equilibrar a relação entre trabalho e vida privada e na qual é desafiado a ser melhor. Na empresa há "recursos ilimitados, acesso a tudo o que for preciso para conseguir um objetivo".
"Essa liberdade dá-te uma força que faz com que te excedas (...) Não fui para lá nem por motivação económica, mas pelo desafio em si e percebi que podia ter impacto e aprender imenso. No fundo fui fazer outro curso", contou.
Os serviços de 'streaming de música de empresas como o Spotify, Apple Music e SoundCloud -- pagos ou de acesso gratuito - permitem ao utilizador ouvir milhares de músicas sem precisar de fazer o descarregamento de ficheiros e surgiram como resposta à pirataria e ao 'download' ilegal, que ensombraram o mercado discográfico internacional.
"Posso dizer factores de diferenciação, mas são os utilizadores que comandam [a escolha de um serviço de 'streaming']. Quando se constrói um produto é bastante importante perceber o que os utilizadores querem. E quando consegues perceber o que é que o 'costumer' quer, consegues modelar o produto à medida. O Spotify consegue fazer isso: perceber como é que as pessoas consomem música e fazer o melhor produto", disse Daniel Prata Almeida.
Em Lisboa, sem uma agenda específica de trabalho, só espera que a Web Summit traga frutos para os empresários e empreendedores portugueses. "É muito bom para Lisboa. Portugal tem condições fantásticas".
A Web Summit de Lisboa, que arrancou na segunda-feira e decorre até quinta-feira, conta com mais de 53.000 participantes, de 166 países, incluindo 15.000 empresas, 7.000 presidentes executivos e 700 investidores.
Entre os oradores estão fundadores e presidentes executivos das maiores empresas de tecnologia, bem como importantes personalidades das áreas de desporto, moda e música.
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