Muito se tem feito na área tecnológico a propósito de bots de conversação e assistentes virtuais, tudo com o propósito de ajudar os seres humanos a realizarem as suas tarefas de uma forma mais célere e eficaz. Com máquinas a focarem-se a lidar com informação, os seres humanos ficam com tempo para decidir como a aplicar. Ainda assim, como fazer a transição dessa informação e (mais importante) como saber qual é a informação relevante para cada um?

A Kami.ai, empresa fundada em Hong-Kong por Alex Cheung (também CEO), pretende ser o elo de ligação entre máquina e humanos. “Estamos a criar sistemas inteligentes que aprendam com humanos e conversem como humanos. O motivo é porque conseguimos ver que há uma lacuna entre humanos e máquinas”, explica Cheung em conversa com o Tech ao Minuto no Web Summit.

Esta é a segunda vez que a Kami.ai está na Web Summit, com Cheung a demonstrar saber bem o que pretende do evento, procurando fazer ver a possíveis investidores as vantagens do sistema que a sua equipa está a desenvolver e mostrar que o seu sistema é a base tanto dos bots de conversação como de assistentes virtuais. “A nossa área é um pouco diferente. Porque [o que estamos a desenvolver] é o motor por baixo de tudo. Ajuda os negócios a criarem o bot que apoia o cliente”, aponta, adiantando que o sistema que a Kami.ai se encontra a desenvolver é para “as indústrias de apoio e aconselhamento ao cliente”.

“O nosso sistema ajuda as máquinas não só a aprender sobre o utilizador como também a lembrarem-se dele. A conversa entre os dois deve ficar aberta,” defende Cheung, “porque é assim que é uma conversa”.

Cheung dá ainda o exemplo do que acontece com interacções com bots de conversação que, incapazes de satisfazerem o pedido do cliente, levam-no a chamar um representante humano. “Acontece que o representante humano simplesmente não sabe sobre o que estão a falar. O nosso sistema ajuda-o a criar uma imagem do utilizador para que a conversa seja retomada imediatamente com fluidez”.

Sobre o que trouxe a Kami.ai à Web Summit a resposta parece unir todas as startups e empresas, não importa a distância que as separa. “Viemos para receber financiamento e conhecer pessoas. Pelo networking”, admite Cheung, que aproveita para elogiar Lisboa e a MEO Arena. “Simplesmente fantástica”, diz o CEO com surpresa.

Sobre a importância da Web Summit enquanto evento, Cheung não tem reservas ao classificar a cimeira de “um dos eventos mais importantes para a indústria tecnológica”. E Lisboa enquanto cidade anfitriã do Web Summit? “Ao nível de Dublin”, afirma o CEO da Kami.ai.