Procura de apoios ao arrendamento aumenta 37% nos Açores
O diretor regional da Habitação do Governo dos Açores revelou hoje que a crise está a potenciar a procura de apoios oficiais destinados ao mercado do arrendamento, tendo as candidaturas apresentadas aumentado 37% num ano.
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"Em função, de certa forma, da crise, as famílias, tradicionalmente, deixaram, como acontecia há cinco anos, de optar pela via da aquisição de habitação", referiu Carlos Faias, em declarações à agência Lusa.
Carlos Faias frisou que "face às restrições de acesso ao crédito, as famílias começaram a estar muito mais vocacionadas para o arrendamento, resolvendo, por esta via, os seus problemas habitacionais".
"Obviamente que existindo um programa governamental de apoio ao arrendamento, as famílias sabem que, desta forma, conseguem resolver temporariamente a sua situação, procurando-o de forma superior às nossas expetativas", acrescentou.
O Governo dos Açores possui, desde 2010, um programa denominado Famílias com Futuro, ao abrigo do qual, na vertente arrendamento, as famílias se podem candidatar a apoios pelo período de um ano, podendo haver um máximo de quatro renovações, através da procura de novas habitações, em outras localidades.
Carlos Faias refere que as candidaturas apresentadas em 2013 começaram a ser pagas a partir deste mês, tendo sido autorizados novos 358 processos ao abrigo da vertente de incentivo ao arrendamento.
"Isto significa que, relativamente às candidaturas que já estavam autorizadas, foi registado um acréscimo de 37%, aumentando o apoio mensal 63 mil euros, totalizando, neste momento, cerca de 184 mil euros mensais, com um apoio médio por família de 184 euros mensais", declarou Carlos Faias.
O responsável pela pasta da habitação no Governo dos Açores acrescentou que "há um universo apoiado no âmbito do incentivo ao arrendamento de 1001 famílias" que "melhora o seu rendimento disponível".
Carlos Faias declarou que o programa Famílias com Futuro, na sua vertente arrendamento, também "tem sido uma medida importante para os próprios senhorios".
"Tendo os senhorios imóveis devolutos, neste momento, estão mais seguros se os colocarem no mercado de arrendamento, mostrando mais disponibilidade de os reabilitar, uma vez que as famílias, desta forma, com estes apoios, têm mais capacidade de honrar os seus compromissos", referiu.
Carlos Faias sublinhou que os senhorios, "ao fazerem um investimento acrescido na reabilitação dos seus imóveis, estão também a responder às expetativas do setor da construção civil".
Cerca de 55% das habitações sob o regime de arrendamento situam-se nos centros urbanos, o que considerou relevante, uma vez que, "de outra forma, face ao preço de aquisição das habitações, esta possibilidade lhes estava vedada".
Carlos Faias apontou, por outro lado, que cerca de 50% das pessoas que procuram o programa Famílias com Futuro, na vertente arrendamento, têm sido jovens, que beneficiam de majorações e que "procuram, por esta via, a sua autonomização, constituição de agregado familiar e resolução do seu problema habitacional".