Empresa britânica cria blocos de construção 3D que se consertam sozinhos
Os investigadores do Imperial College London, no Reino Unido, criaram materiais que detetam e restauram os seus próprios danos. Deste modo, os danos em ambientes mais hostis poderão ser resolvidos de forma mais rápida e a vida útil de um determinado material poderá ser maior.
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Os investigadores do Imperial College London, no Reino Unido, criaram uns blocos de construção 3D que podem se consertar sozinhos. Segundo a revista Planeta, que adianta com a informação, estes blocos são feitos com 'materiais vivos projetados' (Engineered living materials - ELMs) que têm o poder de curar e regenerar os seus próprios danos. Deste modo, os danos em ambientes mais hostis poderão ser resolvidos de forma mais rápida. O trabalho foi apresentado na revista Nature Communications.
De acordo com a revista, ao integrarem estes blocos de construção no setor, os cientistas poderão vir a conseguir estender a vida útil de um determinado material.
"No passado, criamos materiais com sensores embutidos que podem detetar sinais e mudanças ambientais. Agora, criamos materiais que podem detetar danos, responder e curarem-se”, revelou o autor principal do estudo e professor Tom Ellis, do Departamento de Bioengenharia do Imperial College London.
Por sua vez, o primeiro autor do estudo e doutor Joaquin Caro-Astorga, do Departamento de Bioengenharia do Imperial College London, considera que esta “descoberta abre uma nova abordagem em que os materiais cultivados podem ser usados como módulos com diferentes funções, como na construção”.
Da mesma forma que a arquitetura usa peças modulares que podem ser montadas numa estrutura de um edifício, esta pesquisa demonstra que o mesmo princípio pode ser aplicado à construção de materiais à base de celulose bacteriana, informa a revista.
Com o objetivo de criar ELMs, os investigadores criaram bactérias geneticamente modificadas, chamadas Komagataeibacter rhaeticus, para que produzissem células em forma de esfera 3D fluorescentes, as esferoides, para fornecer sensores que detetam os respetivos danos. "Ao colocar os esferoides na área danificada e incubando as culturas, os blocos foram capazes de sentir o dano e regenerar o material para repará-lo”, explica Tom Ellis.
Paralelamente, a empresa tem já em curso outros estudos: “Atualmente, estamos trabalhando para hospedar outros organismos vivos dentro dos esferoides que podem conviver com as bactérias produtoras de celulose”, comentou o Doutor Joaquin Caro-Astorga.
Os investigadores do Imperial College London estão a realizar testes para conseguir cicatrizar feridas de forma a reparar a pele do ser humano. Para isso, utilizam “células de levedura que segregam proteínas com medicamente", de forma a "gerar filmes de cicatrização de feridas em que enzimas são produzidas por um curativo para melhorar o reparo da pele.”
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