Instalações para alojar famílias: Tábua pode acolher 50 refugiados
A Câmara de Tábua manifestou hoje disponibilidade para acolher 50 cidadãos ucranianos, numa primeira fase, adiantando que está a proceder à criação de um centro logístico de recolha de bens e donativos para enviar para a Ucrânia.
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Casa Ucrânia
"Temos as coisas preparadas para vir a ter umas 50 pessoas nesta fase inicial, contudo estamos a fazer os contactos com as embaixadas e com as autoridades portuguesas, bem como através do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes de Tábua (CLAIM), para que possamos definir as necessidades que os mesmos possam ter e aí agirmos já", disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Tábua, Ricardo Cruz.
Ao nível da habitação a autarquia vai disponibilizar a Casa SOS - Casa de Acolhimento Temporário, na União de Freguesias de Covas e Vila Nova de Oliveirinha, sendo que, neste momento, a Câmara está a estabelecer uma parceria com uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), no sentido de disponibilizar as suas instalações para alojar famílias.
Os serviços do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes de Tábua (CLAIM) já se encontram mobilizados na identificação dos recursos que deverão ser colocados à disposição dos cidadãos.
Ao mesmo tempo, aquele município do interior do distrito de Coimbra está a proceder à montagem de um centro logístico, estando atualmente a recolher informação para "saber quais os bens necessários", a fim de fazer a recolha junto da população e posteriormente fazer chegar esses bens à Ucrânia.
O autarca deu ainda nota de que, numa segunda fase, caso seja vontade dos cidadãos, vir a "possibilitar essa oferta [de emprego] que existe para que os mesmos possam estar ativos na sociedade".
"Estamos a fazer contactos com as empresas para ver as necessidades ou as possibilidades de acolhimento das pessoas nessas mesmas áreas", adiantou.
Ricardo Cruz refere ainda que esta atitude pró-ativa, pretende traduzir em iniciativas concretas o espírito solidário e fraterno que caracteriza os tabuenses que não poderiam ficar indiferentes a esta inqualificável atrocidade, porque, nesta hora, todos somos ucranianos.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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