'Homero' por Frederico Lourenço e livro sobre Trump nas novidades do mês
Uma nova tradução anotada e comentada da 'Odisseia' de Homero, por Frederico Lourenço, e o livro 'Fogo e Fúria', do jornalista Michael Wolff, sobre o primeiro ano do Presidente Donald Trump, são algumas das principais novidades editoriais para fevereiro.
© Reuters
Cultura Fevereiro
A Actual Editora, chancela do grupo Almedina, prepara-se para colocar este mês nas livrarias um dos títulos mais comentados deste ano, 'Fogo e Fúria', no qual o escritor e jornalista Michael Wolff analisa os esquemas internos da polémica presidência de Trump, através de informação privilegiada a que teve acesso.
Na obra, o autor explora o fenómeno Trump e o drama, as controvérsias e os escândalos a ele associados, que têm toldado as suas verdadeiras motivações e objetivos.
Também do grupo Almedina, e na área da não-ficção, as Edições 70 publicam, neste mês, 'Investigações Filosóficas sobre a Essência da Liberdade Humana e os assuntos com ela relacionados', um clássico do Romantismo, de Friedrich Schelling, 'Que é uma coisa?', de Martin Heidegger, 'O Totemismo Hoje', de Claude Lévi-Strauss, 'A Unidade do Intelecto contra os Averroísta', de São Tomás de Aquino, e "Propedêutica Filosófica", de Hegel.
Na área da não-ficção, surgirá, sob a mesma chancela, 'Cinema clássico americano: Géneros e génio em Howard Hawks', de Carlos Miguel de Sá e Melo Ferreira.
A Quetzal traz uma nova tradução da 'Odisseia' de Homero, anos depois da sua tradução inicial, por Frederico Lourenço, que regressou a este texto e fez uma criteriosa e minuciosa revisão.
Nesta nova edição, que chega às livrarias no dia 23, Frederico Lourenço - que está também a fazer a tradução integral da Bíblia Grega - acrescenta notas e comentários que esclarecem dúvidas sobre o texto, bem como questões de natureza linguística, geográfica ou histórica que se colocam ao leitor de hoje.
A Quetzal vai editar, também em fevereiro, mais um livro da escritora Filipa Martins, 'Na memória dos rouxinóis', um "romance feminino" em torno de um matemático que defendia o poder dos esquecimentos, mas que encomendou a sua biografia antes de morrer.
Este mês, são também publicados 'Instantâneos', do escritor italiano Cláudio Magris, pequenos textos que sintetizam a comédia humana, um "fresco das nossas vidas", emoldurados pelo "espírito cáustico e irónico" do autor, explica a editora.
A Cavalo de Ferro, chancela do grupo 2020, publica, no dia 19, 'A maldição de Hill House', da escritora norte-americana Shirley Jackson, autora de romances "góticos", de quem esta editora publicou anteriormente "Sempre vivemos no castelo", única obra da autora até agora lançada em Portugal.
Além disso, vai publicar 'Uma Biblioteca da Literatura Universal', do Prémio Nobel da Literatura Hermann Hesse, e prossegue a publicação da obra de Ferreira de Castro, com 'A lã e a neve'.
Pela Elsinore, outra chancela do mesmo grupo, chega às livrarias 'A Tempestade - Contos reunidos', de Mariana Perezagua, um livro que reúne contos de dois livros da escritora sevilhana, autora que se revelou nas letras espanholas através do relato curto, e de quem a Elsinore já publicou "Yoro".
Outra novidade, prevista para dia 19, é a chegada a Portugal do escritor indonésio Eka Kurniawan, com "Homem-Tigre", o segundo romance do autor, publicado originalmente em 2004 e traduzido para inglês onze anos depois, fazendo deste livro um dos finalistas do Man Booker International Prize em 2016.
Pela Guerra e Paz acaba de chegar às livraras uma antologia de contos de Eça de Queirós, "'Adão e Eva no Paraíso', seguido de 'O Senhor Diabo e Outros Contos'", e, no dia 20, é publicada uma nova tradução de 'Lord Jim', de Joseph Conrad, e de 'O Cão de Baskervilles', de Arthur Conan Doyle, com adaptação de Elizabete Agostinho.
Na área da não-ficção, a editora vai publicar dois grandes clássicos, 'Arte da Guerra', de Sun Tzu, e "Memórias", de Raymond Aron, ambos nas livrarias a partir de dia 20.
A primeira tradução portuguesa diretamente do polaco de "Solaris", clássico que consagrou Stanislaw Lem como autor de culto, chega às livrarias, no dia 19, pela editora Antígona, traduzido por Teresa Fernandes Swiatkiewicz, com nota prévia do escritor e tradutor argentino Alberto Manguel.
Considerada "uma obra maior no seu género", a novela de Stanislaw Lem (1926-2006) foi publicada em Varsóvia em 1961, durante o regime comunista, e adaptada ao cinema por Andrei Tarkovski, em 1972, e por Steven Soderbergh, em 2002.
Outro destaque da editora é 'A honra perdida no trabalho', uma crítica do capitalismo através dos processos de trabalho - ou crítica do trabalho como condição indispensável da crítica do capitalismo - da autoria do filósofo e ensaísta alemão Robert Kurz.
A Tinta-da-China abriu fevereiro com "A Vítima Tem Sempre Razão?", de Francisco Bosco, e publica, no dia 23, "Brevíssima História de Portugal", A.H. de Oliveira Marques.
A Companhia das Letras vai lançar "Aqui estou", do escritor norte-americano Jonathan Safram Foer, conhecido pelo seu romance "Extremamente alto e incrivelmente perto", adaptado ao cinema por Stephen Daldry, e pelo ensaio "Comer Animais", que o levou a ser nomeado pela revista Granta um dos melhores jovens romancistas norte-americanos e considerado uma das 'Personalidades do Ano' pela revista Rolling Stone.
No que respeita às novidades da Porto Editora, chegou já às livrarias "Bangladesh, talvez e outras histórias", de Eric Nepomuceno, escritor brasileiro que se estreia em Portugal com esta antologia dos seus melhores contos, e que vai lançar o livro no festival Correntes d'Escritas, na Póvoa de Varzim, e em Lisboa.
A Porto Editora lança também "Um muro no meio do caminho, de Julieta Monginho.
Pela Livros do Brasil está anunciada a edição de 'Sexus', de Henry Miller, que abre a publicação da trilogia "Rosa-Crucificação", do escritor norte-americano, e, na Assírio e Alvim, vai sair, no final do mês, o volume de "Poemas Reunidos", de Luís Filipe de Castro Mendes, poeta e atual ministro da Cultura.
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