Sérgio Conceição projetou, este sábado, o encontro com o Boavista, que surge após a eliminação da Liga Europa.

Além do peso dessa prestação europeia, também o desgaste, as decisões técnicas, os reforços e a necessidade de ganhar no Bessa foram tema de destaque na conferência de imprensa.

Fique com o essencial das declarações:

Evolução de Pepê e o papel dos novos reforços: Nós temos de ganhar ou ganhar. Já houve muita gente a barafustar em relação ao nosso jogo em Lyon. Faço o onze a pensar em ganhar e achar convictamente que temos os jogadores para ganhar. Quando eu achar que os reforços estão aptos para integrar o onze, aí terão o seu tempo, como por exemplo o Rúben Semedo, que entrou ao intervalo aqui, contra o Lyon, e não entrou o Fábio Cardoso. Não é para fazer favores, para isso fazia as minhas malinhas. Até posso contar uma história. Um adepto pediu para tirar uma foto e eu até fiz um sorriso. Questionou logo 'isso não', vão pensar que é montagem. Já têm essa ideia de mim, porque é a tal cara de mau e arrogante.

Urgência de vencer no Bessa para ter validação dos adeptos? Aquilo que são os resultados não podem condicionar a nossa ambição e responsabilidade. Temos a de ganhar no Bessa porque queremos ganhar o título de campeão nacional. Não é pelo empate em Lyon, que não mancha nada, até pelo jogo competente que acho que fizemos, que isso nos pode dar mais ou menos responsabilidade. Entrámos na época a querer lutar por todos os títulos em que estamos inseridos. Temos as nossas limitações na Europa, porque vocês também conhecem as mais-valias em termos financeiros das outras equipas. Já tivemos fase de grupos fantásticas na Liga dos Campeões. A forma de estar não pode ser variável consoante o mau momento da equipa ou uma derrota ou outra. Não pode, não pode. O foco é ganhar ao Boavista.

Conquista do campeonato conciliada com boas prestações europeias e mexidas na equipa: O João Mário teve um problema antes. Também o Zaidu ainda há pouco tempo andava nas distritais. Mas não há milagres. Trabalhamos de uma forma muito séria. Havia um que fazia milagres e ainda assim foi muito criticado. Era Jesus Cristo. Não conheço outro. Trabalhamos com ambição. dedicamo-nos... Dou-me muito mal com a derrota, mas nem sempre é possível.

Vitinha estaria pronto para a seleção? Todos os jogadores que estão no FC Porto estão prontos para as seleções, independentemente da nacionalidade. Não é só o Vitinha, são todos. Cabe aos selecionadores decidirem, nunca me meti nisso e não quero complicar mais a vida.

Dérbi com intensidade mais complicado pelo desgaste? É sempre um jogo complicado, a todos os níveis. Mesmo que as equipas sejam compostas por elementos que não entendam bem a história deste jogo, o próprio ambiente e o estádio acabam por sentir. Mais do que isso, é a preparação, é o pouco tempo, é a recuperação. Não gosto de ter pouco tempo para passar aquilo que quero passar. Acho que todos os treinadores gostam de ter esse tempo, mas tenho consciência do grupo que tenho. Estão identificados com aquilo que eu quero para a equipa. Se eu tivesse mais tempo, era melhor. Não havendo, vamos para dentro de campo como se tivéssemos todo o tempo do mundo.

Falhanço de Vitinha e da equipa na Liga Europa: Da mesma forma que eu erro em alguma coisa da formação ou do treino, não estou à espera que me venham dar carinho, não preciso disso. Preciso de refletir sobre o meu erro e para a próxima fazer melhor.

Críticas pela equipa apresentada em Lyon: Qual é a melhor? Foi aquela da última vez no Dragão? Sou criticado por ter e não ter. Os adeptos têm legitimidade para ter a sua opinião e hoje em dia é mais fácil, temos muitos canais para a demonstrar, muitas vezes de forma até severa e mal-educada. Mas estou-me a borrifar para as redes sociais. Interessa-me a crítica dos adeptos do FC Porto, não dos que não são. O que eles querem é ganhar, claro. Se o Vitinha faz aquele golo, eu tinha sido um mestre, um mestre da culinária, com uma sopa extraordinária com ingredientes. Todos os jogadores que jogaram em Lyon tinham capacidade. Cabe-me a mim fazer a escolha.

Análise ao Boavista: É um dérbi da cidade do Porto, sempre equilibrado a todos os níveis. Mesmo antes do Petit, creio que só perderam uma vez em casa, com o Famalicão. Tem acentuado essa valia da equipa do Boavista com o novo treinador, um novo Boavista. E estamos preparados para aquilo que é a dinâmica do adversário, o treinador  não joga. Nós olhamos para o Boavista e tentamos perceber onde residem os pontos fortes dessa equipa e olhamos para os nossos para ver como podemos ferir o adversário.

Desgaste: Não vou deixar de ser coerente. Acho que uma equipa como o FC Porto tem de estar habituada, arranjar soluções para chegar ao jogo e ganhá-lo sem qualquer tipo de desculpa. Obviamente que queríamos ter mais tempo para descansar, mas isso faz parte.

Condicionantes: Nós temos sempre o espírito de dedicação para cada momento. Em cada momento, pensar que pode ser o segundo decisivo. Temos de ter em conta o contexto que nos envolve, esta viagem atribulada desde Lyon. Mas preparámos o jogo, deixamos esses fatores de parte e olhamos para o essencial.

Antevisão

Boavista e FC Porto fecham, este domingo, a 27.ª jornada da I Liga, num jogo que está agendado para as 20h45, no Estádio do Bessa.

Antes disso, este sábado, Sérgio Conceição vai marcar presença na conferência de antevisão do Dérbi da Invicta, a partir das 17h30.

Siga, em direto, as declarações do técnico dos dragões.

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