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"Penso que posso chegar à equipa principal. Vejo o meu futuro em Braga"

Ausé é mais um jovem da formação minhota que se sente pronto para dar o salto para a equipa de Carlos Carvalhal. Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o jovem avançado de 20 anos recorda ainda os momentos que viveu na CAN'2022, ao serviço da seleção da Guiné Equatorial.

"Penso que posso chegar à equipa principal. Vejo o meu futuro em Braga"
Notícias ao Minuto

08:10 - 29/03/22 por Francisco Amaral Santos

Desporto Exclusivo

Numa altura em que a formação do Sp. Braga está a dar tanto que falar, Luis Asué é mais um jovem jogador que pode estar perto de dar o salto para a equipa principal. O jovem avançado está a viver uma temporada memorável por conta da participação na CAN'2022, ao serviço da Guiné Equatorial, e não esconde a ambição de chegar mais longe. 

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Luís Ausé garante sentir-se em casa no Sp. Braga, clube no qual recebeu todo o apoio desde o primeiro momento e onde diz ter encontrado uma "família". 

O jogador de 20 anos, que nesta época leva cinco golos ao serviço da equipa de sub-23, também revela os episódios mais marcantes que viveu na CAN, onde apenas guarda um momento menos positivo: não ter conseguido ficar com a camisola do ídolo, Riyad Mahrez. 

Conseguiu a camisola de outro jogador do qual gosto muito, do Pépé, do Arsenal. Mas a que queria mesmo era a do Mahrez

Qual é o balanço que faz desta sua temporada até ao momento?

Está a ser uma época, sem qualquer dúvida, das melhores da minha vida. Diria até a melhor. Estou a viver coisas e momentos que não esperava viver tão cedo e tão jovem. Acho que posso fazer ainda melhor, mas acho que está a ser muito boa. 

Sente-se a superar as expectativas?

Não digo que estou a superar, mas a época ainda não acabou e acho que o posso fazer, sim. 

Aquela participação na CAN, ao serviço da Guiné Equatorial, também foi memorável... O quão importante foi participar na maior competição africana? 

Foi uma coisa incrível e que não esperava viver tão cedo. Foi uma experiência muito boa. Agradeço a todos aqueles que tornaram isto possível. Foi uma competição magnífica e espero voltar a estar lá no próximo ano. 

Qual foi a sua reação quando viu o seu nome na convocatória?

Não vou dizer que fiquei surpreendido, mas digo que fiquei muito feliz. Acho que estava a fazer as coisas bem e era um dos jovens que andava a ser convocado para os jogos de qualificação. A verdade é que fiquei radiante com a convocatória. 

Ouvi dizer que ficou triste por não ter conseguido a camisola do Mahrez depois da vitória frente à Argélia...

Se a Argélia perdesse connosco, ficava de fora da CAN, mas o meu objetivo era falar com ele e dizer-lhe que era o meu ídolo e que queria a camisola dele. Mas também sabia que, se ganhássemos, dificilmente ele me daria a camisola. Eu cheguei perto dele e pedi-lhe a camisola em francês. Ele estava chateado, porque ia ficar de fora, e disse-me que me dava a camisola depois. Quando fui para o balneário, o sub-capitão, que joga no Villarreal, disse-me que o Mahrez não ia sair porque estava muito chateado por terem sido eliminados da CAN. Ganhei, mas fiquei sem camisola (risos). Mas fiquei feliz porque conseguiu a camisola de outro jogador do qual gosto muito, do Pépé [Costa do Marfim], do Arsenal. Mas a que queria mesmo era a do Mahrez. 

Também sei que foram recebidos em festa no regresso à Guiné Equatorial.

Gostei de sentir aquela emoção do meu povo. A Guiné Equatorial já tinha chegado a umas meias-finais, mas acho que isto chegou mais às pessoas porque toda a gente perguntava por quanto íamos perder. Nós, desde o primeiro jogo, mostrámos que tínhamos qualidade. Estávamos no mesmo grupo da Costa do Marfim, uma seleção forte, e com a Argélia. A única seleção do nosso nível era a Serra Leoa. Mostrámos que tínhamos qualidade e começámos a acreditar. Estávamos nos Camarões e mandavam-nos vídeos de como as pessoas estavam alegres na Guiné Equatorial. E, depois, fomos recebidos como se tivéssemos ganho a competição. Fizemos um grande trabalho, e ver toda aquela alegria quando chegámos à Guiné Equatorial foi como um prémio. 

Notícias ao Minuto Asué em ação no jogo entre Argélia e Guiné Equatorial. © Getty Images  

O facto de estar no Sp. Braga dá-lhe maior visibilidade para chegar à seleção?

Claro que sim. Por esta altura, este clube aposta muito nos jovens e isso quer dizer que estes jogadores da formação têm qualidade para dar o salto para a equipa principal. Isso acaba por ser mais um fator para ter sido convocado para a CAN. 

Já sonha com a chegada à equipa orientada por Carlos Carvalhal?

Claro. Como todos os jovens da formação... Gosto de estar aqui e gosto deste clube. Com o trabalho que estão a fazer na equipa A, todos os jovens da formação trabalham e sonham com essa chamada. Sempre que faço as coisas bem e melhor, sinto que estou mais perto da equipa A. Penso que posso lá chegar. Vejo o meu futuro aqui em Braga. 

Como é que aconteceu a chegada a Portugal e ao Sp. Braga?

Antes de vir para Portugal, estive em Espanha, e o Saragoça queria que eu ficasse lá, mas acabei por optar pelo Sp. Braga. Achei que precisava de ir para uma cultura nova e de um idioma novo.

E como foi esse processo de adaptação? 

No Sp. Braga, foi um processo muito rápido. Até falo português por causa deste clube. Toda a gente me ajudou, até porque eu vinha de um momento emocionalmente muito mau. Aconteceu-me uma coisa que não desejava que acontecesse a ninguém. Toda a gente me apoiou. Deram-me tudo e vou estar sempre agradecido a este clube. Também me adaptei muito bem a Portugal. Acho esta cidade de Braga muito tranquila. Conheço quase tudo e sinto-me bem em Braga. 

Quando vai à seleção, fazem-lhe muitas perguntas sobre o Sp. Braga e sobre Portugal?

Sim, há gente que me pergunta como foi a adaptação, como me sinto aqui... Sempre digo o mesmo: é uma ótima cidade para viver e melhor do que as cidades em que estive em Espanha. Há muitas pessoas que já vieram cá e que também gostaram. Já me sinto um bocadinho português. 

Gostava muito de ver o Paulinho quando estava no Braga. É um avançado canhoto, que é algo raro

Quais são os seus objetivos para o futuro?

O meu objetivo para a vida é afirmar-me como um jogador de elite, de I Liga e ficar ao mais alto nível o maior tempo possível. Se for mais cedo, melhor, mas aprendi que temos de trabalhar sempre. É esse o objetivo que tenho gravado na minha cabeça e vou atrás dele. 

Como é que se descreve enquanto avançado?

Quando cheguei a Braga, não era avançado. O ano passado, o míster Artur Jorge colocou-me na posição de avançado, e eu adaptei-me. Eu jogava a extremo e acho cresci muito. Acho que foi uma boa mudança, porque estou a fazer as coisas bem na posição de avançado. Tenho velocidade, potência, capacidade de salto... Acho que é uma posição para o futuro. 

Há algum jogador que aprecie particularmente? 

Sinceramente, não tenho um ponta de lança como referência. Mas claro que vejo muitos avançados, como Lukaku, Lewandowski ou Lautaro. No entanto, o meu ídolo é o Mahrez. Gosto muito do estilo dele. E também gostava muito de ver o Paulinho quando estava no Braga. É um avançado canhoto, que é algo raro.

Há algum jogador do Sp. Braga que também seja uma referência? 

Nós sonhamos em jogar com aqueles jogadores da equipa principal. Quando vemos os jogos de fora, também queremos lá estar. São a tua referência, mas também vês um colega que até há bem pouco tempo jogava na equipa B, que é o Vítor [Vitinha]. Um dia, pode ser a tua vez. 

Acha, então, que há muitos jogadores da formação do Sp. Braga que podem dar o salto para a equipa A? 

Claro que há. Temos muitos exemplos que saíram da formação: Trincão, Pedro Neto, David Carmo, Vitinha... Há outros que podem fazer o mesmo ou melhor. Sinto que tenho a porta aberta.

Até agora, contabiliza cinco golos em 15 jogos pela equipa de sub-23 do Sp. Braga, nesta época. O que deseja para o que falta da temporada?

A equipa não teve um final da segunda fase muito feliz, mas queremos dar uma boa resposta na Taça. Quero fazer melhor e terminar a época com mais golos. 

O que significa para si ser jogador do Sp. Braga? 

É um orgulho. Sinto-me em minha casa. Cheguei aqui muito em baixo, mas encontrei uma família. Tenho pais, tenho irmãos, tenho tudo... Sempre vou agradecer a este clube, mesmo que no futuro não esteja aqui. Vai estar sempre no meu coração. Deu-me tudo. Hoje consigo ajudar muita gente graças a este clube. Vou defender sempre esta camisola. 

Notícias ao Minuto Luís Asué em plena celebração de mais um golo pela equipa de sub-23 do Sp. Braga. © SC Braga  

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