'Cluster' do calçado retoma aposta internacional e leva empresas a Milão
Setenta e quatro empresas do 'cluster' do calçado expõem na próxima semana a oferta portuguesa nos três certames de referência do setor, em Milão, Itália, retomando em força a aposta nos mercados internacionais após dois anos de contingência sanitária.
© Lusa
Economia Indústria
De acordo com a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), na feira de calçado MICAM, que decorre de domingo a quarta-feira, Portugal estará representado com 36 empresas, enquanto a mostra de acessórios de pele MIPEL, que decorre no mesmo período, contará com um expositor nacional e a feira de componentes para calçado e marroquinaria Lineapelle, agendada para de terça a quinta-feira, terá 37 representantes portugueses.
O reforço da participação nacional naqueles que são considerados os três certames de referência do 'cluster' marca, segundo a associação, o "regresso das empresas de calçado aos mercados internacionais, depois de dois anos de 'contingência sanitária'".
"Desde o início do ano, o setor já integrou mais de 20 iniciativas promocionais no exterior. Os últimos certames já deram indicações de que se está a regressar a níveis pré-pandemia, pelo que é expectável um reforço crescente da atividade promocional do setor nos mercados externos", refere a APICCAPS.
Nesta edição das feiras, aos "grandes protagonistas" do setor - como a Ambitious, Bolflex, Felmini, Fly London, Lemon Jelly, Profession Bottier, Softinos ou Vapesol - a associação diz juntarem-se a Fábrica de Calçado Penha, de Guimarães, ou a empresa de componentes Solpré, de Felgueiras, numa "estreia nos grandes palcos internacionais".
Segundo salienta a APICCAPS, para um 'cluster' altamente exportador como o do calçado e artigos de pele, que vende mais de 95% da sua produção para 172 países, "a promoção comercial externa é decisiva": "Em 2022 o setor de calçado integrou 28 iniciativas promocionais no exterior, número que subiu para as 37 em 2023", nota.
"Quando os nossos empresários e técnicos do setor viajam, ficam desde logo a conhecer a realidade de cada mercado. Depois, contactam com a concorrência, aprofundam o conhecimento das tendências de consumo e, por fim, vislumbram oportunidades de negócio". Não podemos abandonar esta dinâmica, que permitiu ao calçado português conquistar clientes em todo o mundo", destaca a associação liderada por Luís Onofre.
De acordo com a organização das feiras de Milão, em fevereiro passado mais de 48 mil profissionais visitaram os certames, assinalando-se um acréscimo na ordem dos 25% face à edição anterior, com destaque para os compradores de Alemanha, Espanha, França e Reino Unido. Os compradores da Coreia do Sul e Japão regressaram igualmente "em força" ao norte de Itália.
Para além do regresso progressivo aos certames profissionais, o 'cluster' português do calçado e artigos de pele tem vindo a prosseguir uma estratégia de diversificação de investimentos, sendo atualmente 70 as empresas que integram o projeto "Valorização da Oferta", num investimento total próximo dos três milhões euros.
Os investimentos em curso incidem particularmente nos domínios de assessorias de comunicação e publicidade, adesão a plataformas 'online', 'marketing' digital ou produção de conteúdos fotográficos e multimédia, a que se junta a aposta no registo de marcas e modelos e em 'websites' e lojas 'online'.
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