Passos deu instruções em 2013 para que Salgado fosse afastado
Corria o mês de outubro de 2013, quando o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, terá dado indicações, por sugestão do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, para que o antigo responsável pelo Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado, fosse afastado, avança a edição desta quarta-feira do jornal Público. Entretanto, o gabinete de Passos veio desmentir essa informação.
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Economia GES
A ruina do império Espírito Santo consubstanciou-se em 2014, mas começou a desenhar-se bem antes. E se este dado talvez resultasse claro para os diretamente envolvidos, outros responsáveis havia que estavam munidos de informação que podia fazer prever este desfecho.
É o caso do chefe do Executivo, Pedro Passos Coelho, que em 2013 terá dado instruções para que Ricardo Salgado fosse afastado da liderança do Grupo Espírito Santo, adianta a edição de hoje do jornal Público.
No entanto, contactado pelo Expresso, o gabinete do primeiro-ministro veio desmentir essa informação, garantindo que Passos nunca sugeriu, direta ou indiretamente, que Salgado deixasse a liderança do grupo.
Em outubro do ano passado, o Banco de Portugal tomou conhecimento do buraco financeiro de 7 mil milhões de euros em que o GES estava mergulhado, tendo, à data, alertado o Governo.
E, segundo notícia publicada hoje pelo Público, o primeiro-ministro reuniu, então, várias vezes com o responsável máximo do regulador, Carlos Costa, discutindo já na altura a eventual contaminação do buraco do GES ao BES, e terá mesmo defendido o afastamento de Salgado.
Mas por sugestão de Carlos Costa, que entendia que o banqueiro deveria sair por iniciativa própria, isto para o banco central não ser acusado de se imiscuir em matéria privada, Passos optou por enviar uma mensagem ao Conselho Superior do GES com essa indicação, dá conta a mesma publicação.
Realça ainda o Público que os primos Espírito Santo rejeitaram esta ideia e apenas o presidente do BESI, José Maria Ricciaridi, se posicionou a favor de uma reestruturação nas chefias do grupo, como, aliás, tornou público.
São Bento vem agora negar esta sucessão de acontecimentos, que apelida de "especulação infundada", desmentindo-a "categoricamente", destaca o semanário Expresso.
[Notícia atualizada às 10h30]
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