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Tudo sobre reunião de milhões que 'anunciava' fim dos Espírito Santo

Cinco milhões de euros obrigaram a uma reunião sobre assinaturas. Em causa estaria uma forma de legitimar um pagamento que estaria já a ser investigado, conta o jornal i, que fez a reconstituição de uma reunião particularmente reveladora, do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES).

Tudo sobre reunião de milhões que 'anunciava' fim dos Espírito Santo
Notícias ao Minuto

08:58 - 01/10/14 por Notícias Ao Minuto

Economia GES

O jornal i faz hoje primeira página com a revelação adiantada ontem: os cinco principais clãs dos Espírito Santo receberam cinco milhões de euros, em comissões dos submarinos. Numa reconstituição da reunião, percebemos como Ricardo Salgado e a cúpula família debatiam negócios, nomeadamente os que tinham chamado a atenção da Justiça.

Nesta reunião, que decorreu a 7 de novembro de 2013, da cúpula da família, que envolveu os membros do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES), José Maria Ricciardi terá contestado abertamente pela primeira vez a liderança de Ricardo Salgado, sinal de que nem tudo ia bem no ‘reino’ dos Espírito Santo.

Mas a reunião dá-nos a conhecer mais pormenores: quando o Estado pagou 30 milhões de euros em consultadoria à Escom, na polémica compra de submarinos, os Espírito Santo terão recebido cinco milhões, distribuídos posteriormente por toda a família. “Deram-nos cinco a nós e eles [administradores da Escom] guardaram 15”, terá dito Ricardo Salgado. Cinco milhões de euros, um valor que terá sido bastantes vezes repetido no decorrer da reunião, conta ainda o i.

Na reunião, Salgado pedia “a assinatura dos cinco”, uma defesa para quando o processo fosse “tornado público”. A razão? Salgado queria que “institucionalizasse” este pagamento como um ato de gestão. Na altura já decorria uma investigação ao caso dos submarinos que tinha levado ao levantamento do sigilo bancário na Suíça.

Era certo que pelo menos três membros do Conselho Superior tinham recebido um milhão de euros, acrescenta o mesmo jornal. O DCIAP, departamento da Procuradoria-Geral da República, sabia. Ricardo Salgado também. A preocupação agora era legitimar os valores pagos.

Terá sido nesta reunião que se falou dos pormenores de todo o negócio, das contas encerradas pela justiça na Suíça, do processo que decorria envolvendo a Escom, empresa de quem o GES era acionista maioritário, com 67%. Sobre o caso dos submarinos, Salgado tinha também a sua própria impressão sobre um processo que levou a condenações na Alemanha e na Grécia, que também adquiriu submarinos, mas não em Portugal: o processo “poderia vir a ser arquivado”.

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