Família planeou 'queda' de Salgado depois de detenção
Quando Ricardo Salgado foi detido para interrogatório, em julho, a família reuniu de emergência: era preciso que o líder saísse do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES). De acordo com o jornal i, os elementos da família presentes temiam as acusações de que Salgado era alvo.
© Reuters
Economia GES
Ricardo Salgado tentou de tudo. A queda da família Espírito Santo era iminente e, já em 2013, conforme noticiava o Sol esta semana, várias foram as ‘artimanhas’ para manter o grupo à tona, mas o inevitável aconteceu: a 24 de julho de 2014, Salgado foi detido para ser interrogado pelo Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).
As acusações de que era alvo afastaram todos os aliados que lhe restavam no Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES) e, de acordo com o jornal i, nem a família queria Salgado por perto.
Foi feita uma reunião de emergência onde foram discutidos vários pontos, sendo que o primordial era a saída do ex-presidente da comissão executiva do BES do Conselho Superior do GES. A caução de três milhões de euros e a impossibilidade de sair do país, por suspeita de “crimes gravíssimos”, deixaram Salgado com uma ‘aura radioativa’, um tóxico que a família tinha que eliminar.
“Pelos estatutos do Conselho Superior, o Ricardo já nem devia fazer parte. Está lá escrito”, afirmou Ricardo Abecassis Espírito Santo, representante dos negócios da família no Brasil, na mesma reunião. Seguiu-se José Maria Ricciardi, que dizia que “tem que ser, porque neste momento a gente não consegue falar com ninguém. São três milhões, não pode falar com várias pessoas, não pode sair do país”.
“O dever do Ricardo não deveria ser demitir-se?”, questionou, ainda, Pedro Mosqueira do Amaral que, de resto, reunia o consenso de vários elementos. “Estou há muito tempo de acordo. Eu, o Manuel, o comandante… sei de coisas que ainda nos vêm aí para cima”, avisou.
Na mesma cúpula, foi decidido, diz o i, que era preciso que um dos membros fosse falar com Vítor Bento, na altura nomeado presidente executivo do BES, para “perceber o que ele teria ou não falado com o Ricardo [Salgado]”.
“O que nos resta é conseguir a proteção de credores para isto não ser um vexame total”, terminava José Maria Ricciardi.
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