"Criámos um monstro sem controlo", disse Salgado à família
O antigo presidente do também antigo BES, Ricardo Salgado, disse perante a família, no início do ano, "criámos um monstro sem controlo”, quando questionado sobre o buraco financeiro que afetava o Grupo Espírito Santo, conta esta sexta-feira o semanário Sol.
© Reuters
Economia GES
A 30 de janeiro deste ano, Ricardo Salgado viu-se mais uma vez perante familiares que o questionavam. Ali já se sabia que o Grupo Espírito Santo (GES) estava em dificuldades. Salgado, em tom pesado, falou aos presentes: “criámos um monstro sem controlo. E, com esta crise, o monstro deu cabo de nós”, cita o semanário Sol.
Ricardo Salgado, rosto do BES, o banco que era também o principal ativo do grupo, e que na altura já estaria também sob ameaça, devido à dívida multimilionário do GES, tentava explicar o momento.
As dificuldades deviam-se “à explosão da dívida”, disse, acrescentando que antes “era fácil de emitir e colocar, agora não vai ser mais”, cita o mesmo jornal. Salgado estaria, já então, a ficar mais isolado. A descoberta do buraco financeiro – que começou a ser destapado nas reuniões do Conselho Superior no final de 2013 – lançava surpresa e receio sobre familiares.
Conta o mesmo semanário, que teve acesso às gravações das reuniões que juntavam a cúpula do grupo, que os líderes da família mostraram a sua surpresa., mas também se demarcaram de responsabilidades. Pelo meio, ‘bombardeavam’ o responsável do BES com questões: “Quem sabia?”, “Como chegámos a isto”. O “monstro” da dívida do grupo estaria já ‘fora de controlo’.
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